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Rússia diz que "não vai tolerar a chantagem" dos EUA por causa da Ucrânia

O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo assegurou hoje que "não vai tolerar a chantagem" dos Estados Unidos sobre a Ucrânia depois, da adoção de novas sanções norte-americanas contra Moscovo, que classificou como uma "vingança".

MAXIM SHIPENKOV

"Não vamos tolerar a chantagem e reservamo-nos o direito de tomar medidas  em resposta" às novas sanções, indicou o ministério russo em comunicado.

Moscovo considera as sanções como "uma tentativa primitiva de vingança  pelo facto de os acontecimentos na Ucrânia não se terem desenrolado de acordo  com o cenário elaborado por Washington", de acordo com o comunicado citado  pela AFP.  

"A Casa Branca incita, de facto, a um banho de sangue (na Ucrânia) e  ao mesmo tempo, tenta cinicamente livrar-se de qualquer responsabilidade  e distorcer grosseiramente os factos. A Casa Branca exibiu novamente a sua  arma preferida: o bastão das sanções", continuou o ministério russo. 

"Se Washington tem a intenção de destruir as relações russo-americanas,  que isso fique sobre a sua consciência", prosseguiu o Ministério dos Negócios  Estrangeiros russo, afirmando que os Estados Unidos iriam ter uma "amarga  desilusão" quanto aos efeitos das sanções. 

A diplomacia russa referiu ainda que "a linguagem das sanções, pouco  importa a sua amplitude, é inútil com a Rússia", e que essa via "não traz  nada de bom". 

Na quarta-feira, os Estados Unidos anunciaram um endurecimento das sanções  contra Moscovo e que visam em particular a Gazprom, gigante russo do gás,  e o seu banco, o Gazprombank.  

Nas medidas mais punitivas até agora anunciadas por Washington, o ministério  das Finanças confirmou ainda a aplicação de sanções ao gigante do petróleo  Rosneft, e às autoridades separatistas  de Donetsk.  

Os dirigentes europeus reunidos em Bruxelas na quarta-feira decidiram  reforçar as sanções contra a Rússia devido à crise na Ucrânia, mas sem adotar  medidas económicas de envergadura, referiu fonte diplomática.