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Local da queda do avião na Ucrânia "é totalmente caótico" diz PM australiano

O local da queda do avião da Malaysia  Airlines no leste da Ucrânia é "totalmente caótico", disse hoje o primeiro-ministro  australiano, Tony Abbott, afirmando temer que a adulteração das provas continuasse.

© MAXIM ZMEYEV / Reuters

O Boeing 777 da Malaysia Airlines, que fazia a ligação entre Amesterdão  e Kuala Lumpur sob o número MH17, caiu na quinta-feira na região leste da  Ucrânia com 298 pessoas a bordo, depois de, alegadamente, ter sido atingido  por um míssil que a comunidade internacional diz ter sido disparado pelos  rebeldes pró-russos. O local da queda do aparelho, situado numa zona controlada  pelos separatistas pró-russo, torna as operações particularmente complexas.

"A dificuldade é que o local é caótico, é absolutamente caótico", disse  Tony Abbott à estação de televisão australiana ABC, denunciando que os procedimentos  que normalmente são realizados num acidente de aviação não estão a ser feitos  na Ucrânia.  

Segundo a agência France Press, um total de 28 australianos estava entre  os 298 passageiros e tripulantes do voo MH17. 

Tony Abbott disse que a recuperação dos corpos dos cidadãos australianos  era uma prioridade. 

"O meu receio é que a Rússia diga o que está correto, mas que no terreno,  as interferências com o local, com os investigadores e com um tratamento  digno dos corpos continue", disse Tony Abbott.  

"Os russos, como pudemos ver nas últimas 48 horas, tentam lavar as suas  mãos de tudo isso. Mas é impossível lavar as mãos de algo que aconteceu  em território controlado pelos russos e foi visivelmente provocado por indivíduos  apoiados pelos russos, com armamento fornecido pelos russos", acrescentou.

O Departamento de Estado indicou que observadores internacionais da  Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) foi autorizado  a estar no local da queda do aparelho durante apenas 75 minutos na sexta-feira  e menos de três horas no sábado.  

Os Estados Unidos consideraram "inaceitável" a situação no local da  queda do avião, de acordo com um comunicado difundido na noite de sábado  pelo Departamento de Estado.  

O chefe da diplomacia holandesa, Frans Timmermans, disse estar "chocado"  e "indignado" com o tratamento dos corpos, 192 dos quais de cidadãos holandeses.

O ministro dos Transportes da Malásia, Liow Tiong Lai, lamentou que  "os vestígios essenciais" não estejam a ser preservados no local.