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Boko Haram sequestrou a mulher do vice-primeiro ministro dos Camarões

A milícia radical islâmica Boko Haram sequestrou  hoje a mulher do vice-primeiro ministro dos Camarões num ataque realizado  em Kolofato no norte do país disse à EFE uma fonte do Executivo.  

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© Erik de Castro / Reuters

"Cerca de 200 pessoas atacaram a residência do vice-primeiro ministro,  Ahmadou Ali, na madrugada de hoje. Os guarda-costas conseguiram retirar  o vice-primeiro ministro da casa, em Kolofata, mas infelizmente os assaltantes  levaram a mulher", explicou à EFE o ministro da Comunicação, Issa Chiroma  Bakary. 

Os extremistas islâmicos assaltaram igualmente a residência do líder  tradicional local que também foi sequestrado. 

"No ataque morreram pelo menos três pessoas" disse também o ministro  dos Camarões que indicou que entre os mortos contam-se o motorista do vice-primeiro  ministro e um elemento da segurança. 

O vice-primeiro ministro, Ahmadou Ali, é conhecido por ser um dos principais  negociadores nos sequestros que o movimento islâmico leva a cabo nos Camarões.

Nos últimos meses, o grupo intensificou os ataques e sequestros na zona  norte do país, perto da fronteira com a Nigéria. 

Na mesma zona foram sequestrados três religiosos estrangeiros: dois  italianos e um canadiano, supostamente pelo Boko Haram, libertados no dia  01 de junho. 

Segundo assinalou recentemente o governo dos Camarões, desde fevereiro,  o Boko Haram recrutou cerca de 200 jovens na região de Kolofata. 

O governo dos Camarões destacou tropas para a zona da fronteira com  a Nigéria, unindo esforços às iniciativas internacionais para lutar contra  a milícia Boko Haram que ainda mantem sequestradas 200 raparigas nigerianas  desde o mês de maio.  

Os confrontos entre os radicais islâmicos e os soldados dos Camarões  são constantes sendo que na última semana pelo menos dez soldados morreram  num ataque atribuído ao Boko Haram, na localidade de Bagaran, perto da fronteira  com o Chade. 

Boko Haram que na língua local significa "a edução não islâmica é pecado"  luta pela imposição de um Estado islâmico na Nigéria, país maioritariamente  muçulmano no norte e predominantemente cristão no sul. 

De acordo com o governo nigeriano, o Boko Haram assassinou cerca de  três mil pessoas desse o princípio do ano e mais de 12 mil pessoas desde  2009. 

 

Lusa