"A Rússia concentrou 20.000 soldados na fronteira oriental da Ucrânia prontos para combater... É uma situação perigosa", assinalou Oana Lungescu.
A NATO afirma recear que a Rússia utilize "o pretexto de uma missão humanitária ou de manutenção da paz para enviar soldados em direção ao leste da Ucrânia", acrescentou a porta-voz.
Moscovo foi ainda acusado de continuar a apoiar os rebeldes pró-russos e de permitir a passagem de armas e combatentes através da fronteira.
"O prosseguimento da desestabilização da Ucrânia pela Rússia é responsável por toda a deterioração da situação humanitária nas zonas controladas pelos separatistas", considerou ainda.
"Trata-se de um conflito alimentado pela Rússia", insistiu a porta-voz. "Continuamos a exortar a Rússia a retirar todas as suas forças militares da fronteira com a Ucrânia, interromper o fluxo de armas e de combatentes através da fronteira e a exercer a sua influência sobre os separatistas armados para que deponham as armas e renunciem à violência".
Na terça-feira, a Rússia pediu a adoção de medidas humanitárias de urgência durante uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU, mas os ocidentais recusaram a iniciativa após atribuírem a Moscovo a responsabilidade pela atual situação.
O embaixador russo na ONU, Vitali Tchurkine, considerou "desastrosa" a situação em Donetsk e Lugansk, e lamentou que Kiev "continue a intensificar as suas operações militares".
As divergências entre os ocidentais e Moscovo acentuaram-se na sequência do derrube em 17 de julho, alegadamente por um míssil e em zona rebelde, de um avião das linhas aéreas da Malásia com 298 pessoas a bordo.
Uma centena de peritos holandeses, australianos e malaios permanece desde há vários dias no local em busca de restos humanos e destroços do aparelho.
De acordo com as Nações Unidas, o conflito no leste da Ucrânia -- já definido pela Cruz Vermelha como uma "guerra civil" --, provocou cerca de 1.300 mortos desde abril.
Os civis têm sido particularmente atingidos pelo conflito, com cerca de 300.000 a abandonarem as suas casas nos últimos meses na sequência das ofensivas do exército ucraniano. A agência da ONU para os refugiados já alertou para um "êxodo em massa" em caso de intensificação dos combates.
Lusa