O Conselho vai reunir-se a pedido da Lituânia, às 15:00 locais (19:00 TMG), para discutir a entrada no leste da Ucrânia de camiões russos, que a União Europeia qualifica como uma "clara violação" da fronteira entre os dois países.
Em conferência de imprensa, o embaixador adjunto da Ucrânia na ONU, Oleksandr Pavlichenlo, considerou uma "violação flagrante da soberania" da Ucrânia e Kiev reiterou que desconhece ainda o conteúdo do que é transportado pelos camiões.
"Há uma grande preocupação, pois até agora nem a parte ucraniana nem a Cruz Vermelha sabem o que contém esse comboio", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, numa carta enviada aos membros do Conselho de Segurança.
O embaixador russo Vitaly Churkin forneceu uma listagem com as mercadorias transportadas pelos camiões: geradores de energia, açúcar, chá e comida para bebé, ridicularizando os que sugerem que transportem armas.
Interrogado sobre se o comboio humanitário transporta ajuda para os rebeldes, respondeu com uma interrogação: "com comida para bebé?"
"Os Estados Unidos não têm o monopólio em matéria de humanismo. Se estão a pôr em causa o nosso humanismo, isso não me agrada", acrescentou.
O diplomata disse ainda esperar que a Cruz Vermelha, que desistiu de escoltar o comboio por motivos de segurança, pode ajudar na distribuição da ajuda à população sitiada, que vive sem eletricidade há semanas.
Os 15 membros do Conselho devem ouvir o secretário-geral adjunto da ONU Oscar Fernandez-Taranco, enquanto os países ocidentais temem que este comboio transporte material para os separatistas pró-russos.
Os Estados Unidos e os países europeus pediram a Moscovo para trabalhar com Kiev, enquanto o Comité Internacional da Cruz Vermelha apelou a que o comboio seja controlado.
Mas as autoridades ucranianas foram impedidas de fiscalizar os camiões, segundo o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, enquanto a Cruz Vermelha se recusou a escoltar o comboio, por não ter recebido "garantias de segurança suficientes".
O Pentágono exigiu hoje à Rússia que retire "imediatamente" o comboio da Ucrânia.
O secretário-geral da Nato, Anders Fogh Rasmussen, condenou a entrada do comboio, considerando que "não faz mais do que aprofundar a crise" na região.
Vinte camiões russos chegaram ao centro do bastião pró-russo -- Lugansk -- disse à Agência France Presse um funcionário local.
Lusa