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Serviços secretos britânicos terão identificado jihadista que executou jornalista

Os serviços secretos do Reino Unido já identificaram  o jihadista de sotaque britânico suspeito da execução do jornalista norte-americano  James Foley, divulgou hoje o jornal The Sunday Times, citando fontes governamentais.

© Brian Snyder / Reuters

De acordo com as mesmas fontes, o MI5 (serviços secretos internos britânicos)  e o MI6 (serviços secretos externos britânicos) indicaram que o jihadista  de origem britânica é conhecido por outros extremistas como "Jihadi John".

Apesar das fontes oficiais citadas pelo jornal não fornecerem detalhes  sobre o indivíduo, o The Sunday Times refere que um dos principais suspeitos  é Abdel-Majed Badel Bary, de 23 anos, que abandonou a casa da família no  bairro londrino de Maida Vale, na zona oeste da capital britânica, em 2013.

Este homem colocou recentemente na rede social Twitter uma fotografia  dele a segurar uma cabeça decepada. 

Em declarações ao mesmo jornal, o ministro dos Negócios Estrangeiros  britânicos, Philip Hammond, afirmou que o alegado jihadista de origem britânica  envolvido na execução de Foley representa uma "absoluta traição" dos valores  do país. 

Hammond referiu que o Governo britânico investe "recursos significativos"  para erradicar, segundo a sua descrição, uma "barbárie ideológica" que pode  representar uma ameaça para o Reino Unido. 

O chefe da diplomacia britânica afirmou, como outros membros do executivo  de Londres, que a "ameaça" procedente da Síria e do Iraque poderá durar  uma geração. 

"É horrível pensar que o autor deste ato atroz poderá ter sido educado  no Reino Unido", disse Philip Hammond, que acrescentou que este comportamento  "é uma completa traição" ao país e dos "valores e de tudo o que os cidadãos  britânicos defendem". 

Jihadistas do Estado Islâmico, um grupo sunita ultra-radical que controla  partes do Iraque e da Síria, divulgaram na quarta-feira um vídeo da execução  de James Foley. 

 No vídeo, intitulado "Mensagem para a América", o Estado Islâmico ameaça  matar um outro refém norte-americano, Steven Sotloff, em represália pelos  ataques aéreos dos Estados Unidos a posições dos seus combatentes no norte  do Iraque. 

James Foley, de 40 anos, era um repórter experiente, que tinha feito  a cobertura noticiosa do conflito na Líbia antes de ir para a Síria, onde  acompanhou a revolta contra o regime de Bashar al-Assad para o portal norte-americano  GlobalPost, agência France Presse e outros órgãos de comunicação. 

Ainda sobre a identidade do suspeito, o jornal britânico referiu que  Barry é filho de um militante de origem egípcia que está a ser acusado pela  justiça norte-americana da autoria de ataques bombistas contra as embaixadas  norte-americanas no Quénia e na Tanzânia em 1998. 

O pai de Abdel-Majed Badel Bary está a aguardar julgamento em Nova Iorque.

O jornal avançou ainda que Abdel-Majed Badel Bary era um aspirante a  artista de Hip-Hop, conhecido como "L Jinny", cujas músicas chegaram a ser  transmitidas na BBC Radio 1. 

O 'rapper' também apareceu em vídeos colocados no 'site' de partilha  de vídeos YouTube, promovendo algumas das suas músicas. 

Lusa