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Obama admite envolvimento de tropas no Iraque mas apenas em situações específicas

Barack Obama poderá enviar conselheiros militares para a frente de combate no Iraque mas apenas "caso a caso", afirmou hoje o chefe das Forças armadas dos EUA durante uma audição no Senado, contradizendo as repetidas garantias do Presidente norte-americano.

© Larry Downing / Reuters

"Ele (Obama) pediu-me que o informasse de cada caso", declarou o general  de quatro estrelas, acrescentando que, no futuro, os combates no Iraque  poderão necessitar do envio de tropas norte-americanas para dirigirem os  ataques aéreos contra as posições dos 'jihadistas' do Estado Islâmico (EI).

Estas declarações contradizem as anteriores e repetidas declarações  de Obama sobre a decisão de não enviar tropas de combate para o Iraque, cerca de dois ano e meio após a retirada dos últimos soldados norte-americanos  do país.  

"Caso cheguemos a um ponto onde considere que os nossos conselheiros devem acompanhar as tropas iraquianas na sua ofensiva contra as posições do Estado Islâmico, será isso que recomendarei ao presidente" Barack Obama,  assegurou ainda o general.  

O responsável militar disse ainda que o general Lloyd Austin, que ordenou  os atuais 'raides' aéreos no Iraque desencadeados a 8 de agosto, é favorável  ao envio de tropas terrestres para permitir uma melhor precisão dos ataques  da aviação militar ou dos 'drones', os aparelhos não pilotados.  

A questão colocou-se durante os ataques em torno da barragem de Mossul,  depois retomada aos 'jihadistas'. O general Austin tinha inicialmente admitido o envio de militares para o tereno com a missão de identificarem os alvos  a bombardear, mas abandonou a ideia.  

Cerca de 300 conselheiros militares norte-americanos acompanham atualmente  as forças do exército iraquiano que combatem o EI, que protagonizou uma fulgurante ofensiva no norte do país.  

Para breve está previsto o envio de outros 300 conselheiros militares  dos EUA para o Iraque, com o general Dempsey a garantir que não possuem  "qualquer vocação" para se envolverem diretamente nos combates.  

Obama aprovou o envio de 1.600 tropas para o Iraque, com a missão de  protegerem e embaixada e pessoal diplomático dos EUA e fornecerem treino militar ao exército de Bagdad. 

LUSA