Na mensagem, divulgada hoje, com que o papa assinalará o centenário do Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados, a 18 de janeiro de 2015, o papa sustenta que "é preciso responder à globalização das migrações com a globalização da caridade e da cooperação, de forma a tornar mais humanas as condições dos migrantes".
O papa recorda que "grandes quantidades de pessoas estão a deixar as suas terras, com uma mala cheia de medos e desejos, embarcando numa viagem esperançosa e perigosa, em busca de condições de vida mais humanas".
Porém, lamenta, as pessoas muitas vezes desconhecem as histórias dos migrantes, reagindo-lhes com "desconfiança e hostilidade, mesmo nas comunidades eclesiásticas", embora tal vá contra o mandamento bíblico de "acolher, com respeito e solidariedade, o estrangeiro necessitado".
Ao divulgar a mensagem papal "Igreja sem fronteiras, mãe de todos", o Vaticano lembra que, segundo as Nações Unidas, 232 milhões de pessoas vivem fora dos seus países de origem e recorda que cada vez mais crianças seguem, sozinhas, a rota do exílio.
O papa reconhece que é preciso combater "as causas que empurram populações inteiras para fora das suas terras", nomeadamente utilizando a "criatividade" para "desenvolver uma ordem económico-financeira mundial mais justa e equitativa".
"Ninguém deve ser considerado inútil, incómodo ou descartável", rejeita, apelando a "uma ação mais incisiva e eficaz" na defesa da "dignidade" de "cada pessoa humana".
O papa defende, por isso, a criação de "uma rede universal" de combate ao tráfico de pessoas e à escravatura, sublinhando que nenhum país, por si só, conseguirá resolver esses problemas.
Lusa