Comunicações móveis e acesso à Internet foram cortados em Otava
As comunicações móveis e o acesso à Internet foram cortados hoje em Otava, Canadá, na sequência do tiroteio ocorrido na capital canadiana, onde hoje um homem armado com uma caçadeira de carros serrados matou um soldado.
© Mark Blinch / Reuters
A informação foi dada à agência Lusa por Filipe Correia, proprietário de uma mercearia portuguesa em Otava, que acrescentou que só a partir das 16:30 locais (21:30 em Lisboa) a situação começava a normalizar naquela "cidade calma", onde, na baixa, foi restringida a circulação, as autoridades revistaram viaturas e habitações, enquanto as escolas foram encerradas e as bases militares no Canadá foram restringidas ao público.
"Houve pouca afluência às lojas", disse Filipe Correia, cuja mercearia está a cerca de cinco minutos do parlamento, onde o alegado atirador ainda tentou entrar, antes de ser abatido pelo sargento da guarda da Câmara dos Comuns, Kevin Vickers.
"Fecharam ruas, fecharam duas pontes que vão para o Quebeque, mesmo os telemóveis não estavam a funcionar, eles cortaram as linhas telefónicas, não havia Internet", disse Filipe Correia, acrescentando ter nascido já no Canadá e "nunca" ter visto "uma coisa assim".
Para Filipe Correia, é "completamente anormal" o que se passou hoje em Otava, já que a capital canadiana é uma cidade grande, mas onde há pouco crime".
O empresário disse haver ainda pouca informação sobre o sucedido, já que crê que as autoridades não falam "até terem a certeza do que se passou".
"Otava é a capital, nunca tivemos problemas assim, nunca houve problemas, é uma cidade grande, uma capital, mas há pouco crime e acontecerem coisas assim é uma surpresa e as pessoas começam logo a pensar se o que se passa no mundo está agora a vir aqui, para o nosso país", declarou.
Já o ministro conselheiro da embaixada de Portugal em Otava disse à Lusa que a situação na capital canadiana estava calma às 16:30 locais (21:30 em Lisboa), ainda que se mantivessem as medidas de segurança impostas pelo Governo.
"A situação agora está calma, as pessoas começam todas a voltar para casa, há um grande trânsito nas ruas e mantêm-se as medidas de segurança", indicou João Costa.
Questionado sobre se os imigrantes portugueses no Canadá entraram em contacto com a embaixada, João Costa referiu que não.
"O que se compreende, porque são pessoas muito instaladas aqui, têm confianças nas autoridades canadianas e estão integradas, não precisam geralmente da embaixada", precisou.
João Costa acescentou que ao longo do dia houve ruas e lojas fechadas na capital canadiana, sobretudo nas situadas no perímetro de segurança, e que alguns edifícios do Governo foram fechados, obrigando as pessoas a permanecer no seu interior.
"Também houve escolas onde as crianças não puderam sair; não foi o caso da que frequentam os meus filhos, que foram mandados para casa mais cedo", disse, sublinhando que, apesar do ocorrido, a vida em Otava está a processar-se "dentro da normalidade".
A embaixada está, contudo, a seguir a situação e está atenta à situação dos portugueses ou a qualquer situação de emergência que eles tenham, acrescentou o ministro conselheiro, sublinhando que o primeiro-ministro canadiando falará na televisão ao final do dia, já depois da meia noite em Portugal.
Hoje de manhã, um homem armado com uma caçadeira de canos serrados alvejou um soldado que veio a falecer.
O alegado atirador deslocou-se para o interior do parlamento, mas a rápida intervenção da segurança, impediu mais vítimas.
O atirador foi abatido pelo sargento da guarda da Câmara dos Comuns, Kevin Vickers.
Os media canadianos relatam a existência de dois ou três atiradores, tendo sido disparados cerca de meia centena de tiros.
O incidente ocorreu apenas dois dias depois de dois soldados canadianos terem sido atropelados - um deles mortalmente - no Quebeque, por um homem ligado aos 'jihadistas' islâmicos.
Lusa