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Papa denuncia escândalo que é "guerra fratricida" na Ucrânia

O Papa Francisco apelou hoje novamente para a paz na Ucrânia, denunciou "o escândalo" de uma "guerra entre cristãos" e pediu que a "horrível violência fratricida" termine. 

Reuters
Perante sete mil fiéis, reunidos na sala Paulo VI, no Vaticano, para a audiência pública semanal, Francisco lamentou que "a situação piore e se agrave o confronto" entre os dois lados no leste da Ucrânia.  

A violência entre as forças ucranianas e os rebeldes pró-russos "faz múltiplas vítimas civis", disse o papa. 

Francisco pediu que todos os esforços, "também a nível internacional", sejam desenvolvidos "para retomar o diálogo, única via possível para restaurar a paz e a concórdia nesta terra martirizada". 

"Penso em vós, irmãos e irmãs ucranianos! É uma guerra entre cristãos! Vós tendes todos o mesmo batismo, e combateis entre cristãos, pensai neste escândalo", disse o papa, interrompendo a leitura do seu texto. 

Sem denunciar a política de Moscovo, o papa tem feito regularmente apelos para a paz na Ucrânia, onde o conflito opõe também as igrejas no país. 

Uma grande maioria dos católicos ucranianos de rito oriental (uniatas) apoia o Governo de Kiev e os ortodoxos dependentes do patriarcado de Moscovo estão divididos e uma boa parte apoia os rebeldes pró-russos. 

Este conflito interrompeu, desde o ano passado, os progressos registados entre o Vaticano e o patriarcado de Moscovo, considerado o representante da maioria dos ortodoxos do mundo. 

O conflito no leste da Ucrânia começou em abril do ano passado, sobretudo nas regiões de Donetsk e Lugansk, e já causou mais de cinco mil mortos.