Líder da oposição na Venezuela suspende greve de fome
O líder da oposição na Venezuela Leopoldo López, anunciou hoje a suspensão da greve de fome que iniciou há 30 dias na prisão, como protesto para exigir a liberdade dos presos políticos e a convocação de eleições legislativas.
© Jorge Lopez / Reuters
A suspensão da greve surge um dia depois de o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela marcar para 6 de dezembro a realização das eleições.
"Este protesto não é para morrer mas para que todos os venezuelanos possam viver dignamente", escreveu Leopoldo López numa carta que foi lida aos jornalistas, em Caracas, pela sua mulher, Lilian Tintori, e na qual pede a outras 103 pessoas que terminem a greve de fome.
"Peço a todos que terminemos a greve de fome", escreveu, vincando que devem "aceitar com humildade" o pouco que foi conseguido.
"As forças democráticas estão mais preparadas que nunca para esta batalha (...). Recuperar-me-ei e continuarei a lutar por uma Venezuela melhor. Juro-lhes que jamais me vou render, quem se rende perde", afirmou López.
O recurso à greve de fome como forma de protesto foi iniciado por Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular, e pelo presidente da Câmara Municipal de San Cristóbal, Daniel Ceballos, que se encontram presos, a quem se juntaram depois outros opositores e um grupo de membros do movimento Juventude Ativa Venezuela Unida.
Entretanto, um grupo de estudantes anunciou que manterá a greve de fome até conseguir a liberdade para vários políticos que estão presos.
Leopoldo López, de 42 anos, encontra-se preso e é acusado pelas autoridades venezuelanas de "incitamento à desordem pública, associação criminosa, atentados à propriedade e incêndio", na sequência das manifestações de contestação à política da presidência de Nicolás Maduro, que terminaram em violência.
Lusa