O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, pediu, esta quinta-feira, uma investigação internacional independente à tragédia do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido sobre o leste da Ucrânia, com 298 pessoas a bordo, há um ano.
"Os nossos pensamentos permanecem com aqueles que morreram. Juntamo-nos aos seus amigos, familiares e entes queridos em honra da sua memória", afirmou o chefe da diplomacia norte-americana.
O Boeing 777 da Malaysia Airlines foi abatido a 17 de julho de 2014 no leste da Ucrânia perto da linha da frente dos confrontos entre as tropas ucranianas e as forças separatistas pró-russas.
Em comunicado, John Kerry recordou o que afirmara poucos dias depois da tragédia, mantendo que os Estados Unidos acreditam que o avião "foi abatido por um míssil terra-ar, lançado a partir de território controlado pelos separatistas no leste da Ucrânia".
"Um ano depois, reafirmamos, com veemência, o nosso compromisso relativamente a uma investigação internacional independente".
Segundo John Kerry, esta deveria permitir identificar todos os factos em torno da tragédia, possibilitando o apuramento de responsáveis.
Esta quinta-feira, os investigadores da Holanda responsabilizaram os rebeldes pró-russos pelo abate do avião, que transportava 298 pessoas, a maioria dos quais holandeses.
O Conselho de Segurança da Holanda, que dirige a investigação, divulgou um relatório com esses dados às entidades congéneres dos outros países que participam nas investigações, assim como à Boeing, fabricante do aparelho.
O voo, que estabelecia a rota entre Amesterdão e Kuala Lumpur, foi abatido quando sobrevoava o leste da Ucrânia em 17 de julho de 2014.
A Holanda defendeu a criação de um tribunal especial, sob os auspícios das Nações Unidas, para julgar os responsáveis, um pedido apoiado nomeadamente pela Malásia, Bélgica, Austrália e Ucrânia.
A ideia não foi, porém, bem recebida pela Rússia, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU com poder de veto.
A generalidade da comunidade internacional atribui o derrube do avião da Malaysia Airlines a membros das forças favoráveis à Rússia, mas Moscovo sempre rejeitou qualquer participação no acontecido.
As autoridades holandesas assinalam hoje o primeiro aniversário da tragédia com um ato de natureza privada, na cidade de Nieuwegein, com a presença de familiares das vítimas, que foram, à exceção de duas, todas identificadas, refere o portal de notícias Dutchnews.