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Exército russo diz ter bombardeado "60 alvos terroristas" na Síria

O exército russo declarou esta sexta-feira ter bombardeado "60 alvos terroristas" na Síria nas últimas 24 horas, o que representa implica uma grande intensificação dos ataques russos desde o início da sua intervenção, a 30 de setembro.

Moscovo anunciou pela primeira vez baixas nas fileiras dos combatentes "terroristas" com base na interceção de comunicações de rádio.
Alexander Kots / AP

"Os aviões russos fizeram 67 saídas da base aérea de Hmeimim e bombardearam 60 alvos terroristas" nas províncias de Raqa (leste), Latakia (noroeste), Hama (centro), Idleb (noroeste) e Alepo (noroeste), declarou o chefe-adjunto do Estado-Maior russo, o general Igor Makuchev.

Nos anteriores bombardeamentos, o exército russo indicou entre 10 e 25 alvos atingidos, em média.

"Atingidos pelos aviões russos, os rebeldes estão a sofrer grandes perdas e a ver-se obrigados a mudar de estratégia, a dispersar-se, a camuflar-se cuidadosamente e a esconder-se dentro das localidades", precisou Makuchev.

"Nessas condições propícias aos ataques eficazes, as forças armadas russas continuam a utilizar sistematicamente a aviação e intensificam os bombardeamentos", acrescentou.

Moscovo anunciou pela primeira vez baixas nas fileiras dos combatentes "terroristas" com base na interceção de comunicações de rádio.

Segundo o ministério da Defesa, cujas afirmações não podem ser verificadas de forma independente no terreno, 300 "terroristas" foram mortos nas províncias de Raqa e Alepo, durante os ataques.

Um dos bombardeamentos na província de Raqa "atingiu o estado-maior do grupo Liwa al-Haq, destruído por uma bomba de alta precisão. Segundo comunicações de rádio intercetadas, dois altos responsáveis do grupo Estado Islâmico e cerca de 200 membros morreram" em consequência desse ataque, precisou Makuchev.

Além disso, "cerca de 100 militantes foram mortos" na província de Alepo, de acordo com a mesma fonte.

Os bombardeamentos tinham como alvos "postos de comando, centrais de comunicação, paióis de munições e de combustível e bases de treino dos terroristas", indicou o porta-voz.

Segundo o estado-maior russo, "seis postos de comando e centrais de comunicação, seis depósitos de munições, 17 campos e bases de treino de terroristas" foram destruídos pelos bombardeamentos, embora não tenha precisado em que províncias sírias.

Desde o início da sua intervenção militar na Síria, a 30 de setembro, a Rússia, fiel aliada do regime de Damasco, efetuou bombardeamentos com aviões de combate e a partir de cruzadores posicionados no mar Cáspio, mas não enviou tropas para o terreno.

O exército sírio anunciou na quinta-feira oficialmente o lançamento de uma ofensiva terrestre de grande envergadura com o apoio dos bombardeamentos efetuados pela Rússia, cuja "escalada" está a preocupar a NATO.

Lusa