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Três mortos em hotel de Bamako, 80 reféns terão sido libertados

Homens armados tomaram de assalto o Hotel Radisson no centro de Bamako, capital do Mali. Segundo informação avaçada pela AFP, o hotel terá sito tomado por jihadistas que fizeram 170 reféns. Entre dois a quatro homens com armas automáticas ocuparam o hotel. Testemunhas no exterior ouviram tiros e a polícia montou de imediato um perímetro de segurança. Mais tarde, forças especiais entraram no hotel e no decorrer desta operação terão morrido pelo menos três reféns e 80 terão sido libertados.

Harouna Traore/AP
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twitter.com/AmichaiStein1
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O Radisson é um hotel de luxo com 190 quartos, frequentado sobretudo por turistas estrangeiros
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"Três reféns foram mortos", indicou um porta-voz do Governo do Mali, citado pela AFP, que informou também que as vítimas ainda não foram identificadas.

As informações sobre o número de reféns que permanecem no hotel e que foram libertados são contraditórias. Um dos responsáveis do Hotel Radisson disse que acredita que 125 hóspedes e 13 funcionários ainda continuam no interior das instalações hoteleiras.

O Presidente francês anunciou que "tudo está a ser feito" para garantir a libertação em segurança dos reféns que continuam no hotel em Bamako. François Hollande informou também que uma unidade das forças especiais francesas foi destacada para o Mali.

O canal de televisão Al Jazeera avançou que o grupo Ansar al-Din será responsável pelo ataque. O movimento extremista pretende instaurar a Sharia, o direito islâmico, no Mali.

"As forças especiais avançaram de piso para piso, de quarto para quarto, até chegarem ao 7º andar", onde estariam os atacantes, explicou um responsável das forças de segurança, citado pela Reuters. Uma outra fonte da segurança disse à mesma agência que alguns dos reféns foram libertados depois de recitarem excertos do Corão.

A agência Xinhua publicou um vídeo no Twitter, que terá sido captado por um refém chinês no interior do hotel (veja o vídeo mais abaixo na página).

Segundo a BBC, tropas francesas ocuparam as imediações do hotel, soldados que estão no Mali desde 2013 para colaborar no combate aos jihadistas.

"O grupo hoteleiro Rezidor, que gere o Hotel Radisson em Bamako, está ciente da tomada de reféns que está em curso. De acordo com as nossas informações, duas pessoas bloquearam a saída de 140 hóspedes e 30 funcionários", referiu um responsável do grupo logo após as primeiras notícias do assalto.

Entre os 140 hóspedes que foram feitos reféns incluem-se 10 cidadãos chineses, 20 indianos, e um número ainda incerto de franceses, americanos, alemães e turcos. A Turkish Airlines tinha funcionários hospedados no hotel, cinco conseguiram sair. A Air France anunciou que os 12 elementos da companhia aérea francesa que estavam no hotel estão "sãos e salvos".

Os atacantes terão chegado ao hotel numa viatura com matrícula diplomática. O Radisson é um estabelecimento hoteleiro de luxo com 190 quartos, frequentado sobretudo por turistas estrangeiros.

A embaixada dos Estados Unidos no Mali já pediu aos cidadãos norte-americanos no país para ficarem em locais fechados, considerados seguros.

De acordo com o site de notícias Jeune Afrique, os serviços secretos e as forças de segurança do Mali impediram várias tentativas de ataques em Bamako, nos últimos meses. Atentados que estariam a ser preparado pelos movimentos radicais Katiba Khalid Ibn Walid e pela Frente de Libertação de Macina.

Em março, um atentado num restaurante em Bamako provocou a morte de cinco pessoas, incluindo um francês e um belga.