O acordo ainda terá de ser aprovado pelos respetivos parlamentos.
"Este é um momento histórico que os líbios esperavam, os árabes esperavam e o mundo esperava", disse Abdul-Sadiq Mohammed Awad, o responsável governamental da fação Congresso Geral Nacional, baseada em Tripoli, depois de negociações com os rivais, conhecidos internacionalmente por Câmara dos Deputados.
"Convidamos todos os países vizinhos (...) mas também a comunidade internacional a apoiar este acordo que tornará a região mais segura", acrescentou o também vice-presidente do Parlamento de Tripoli.
A procura de uma solução para a Líbia tem estado no centro das preocupações de muitos países, magrebinos, africanos e europeus, que temem a consolidação do grupo Estado Islâmico (EI).
Na "declaração de princípio", a que a agência France Presse teve acesso, as duas partes afirmam ser objetivo lançar as bases de uma "cooperação conjunta transparente", tendo como pano de fundo a assinatura de um acordo político que prevê, entre outras questões, a formação de um governo de unidade nacional.
Até lá, caberá a um comité de 10 membros, cinco de cada parlamento, escolher um primeiro-ministro e dois vice-primeiros-ministros.
Segundo o texto do acordo, os representantes líbios reuniram-se na Tunísia sem qualquer ingerência externa e sem pré-condições.
Segundo fontes próximas das negociações, os responsáveis líbios vão começar a ser recebidos hoje ao final do dia pelo presidente tunisino, Béji Caid Essebsi.
Na conferência de imprensa, Abdoul-Sadiq manifestou palavras de afeto calorosas à Tunísia e respetivos responsáveis políticos, apesar de as autoridades de Tunes não terem desempenhado qualquer papel oficial nas negociações.
O anúncio sobre um acordo de princípio entre as duas partes surge depois de vários impasses negociais, o que levou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a afirmar em fins de novembro que a Líbia não teria outra solução que não a de forçar um governo de unidade nacional.
A Líbia é vítima da guerra civil e caos, onde o poder está dividido entre dois governos, um em Tripoli e outro em Tobruk, que lutam pelo controlo do país apoiados por diferentes grupos islamitas, senhores da guerra, líderes tribais e contrabandistas de petróleo, armas, pessoas e drogas.
Ainda hoje, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou ser necessário garantir a estabilidade na Líbia, acrescentando que a organização está preparada para ajudar se o país o solicitar.
"Estamos preparados para prestar assistência a um Governo de unidade nacional na Líbia, se este nos pedir. Não estamos a falar de uma nova intervenção militar na Líbia, mas, se se formar Governo de unidade nacional, estamos preparados para ajudar", afirmou Stoltenberg numa entrevista publicada hoje no diário italiano Repubblica.