Segundo a agência Saba, dependente do Governo de Hadi, o diplomata libanês George Abu al-Zalf divulgou comunicados sobre a situação humanitária no Iémen em que é evidente um favoritismo em relação aos rebeldes Huthi.
A mesma fonte indicou que o ministério dos Negócios Estrangeiros iemenita enviou um documento oficial ao gabinete do Alto-Comissariado em Genebra, no qual sustenta que "o seu representante no Iémen perdeu o profissionalismo e a imparcialidade".
O ministro dos Direitos Humanos iemenita, Az al-Din al-Asbahi, citado pela agência Saba, expressou pesar pelo que descreveu como "comunicados não equitativos" sobre a "catastrófica situação humanitária" que o país vive, divulgados pelo gabinete que Al-Zalf dirige.
De acordo com Al-Asbahi, os textos do representante da ONU favorecem os interesses dos Huthi e das forças do ex-presidente Abdallah Saleh, aliado dos rebeldes xiitas.
O ministro insistiu que, nos seus comunicados, o representante do Alto-Comissariado se "identifica com a linguagem dos golpistas (Huthi) e ignora a situação catastrófica e as violações sistemáticas levadas a cabo pelas milícias golpistas durante os seus bombardeamentos e o seu cerco à cidade de Taez (sudoeste)".
"A indiferença do gabinete do Alto-Comissário perante estes crimes não é aceitável, quando as milícias mataram mais de 1560 cidadãos nos últimos dias em Taez", disse o ministro.
O Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, sediado em Genebra, emitiu na terça-feira um comunicado em que afirmava que 2.759 pessoas morreram e outras 5324 ficaram feridas no Iémen desde que começou a ofensiva da coligação internacional liderada pela Arábia Saudita contra os rebeldes, a 26 de março passado.
O gabinete do Alto-Comissariado no Iémen situa-se na capital, Sanaa, controlada desde setembro pelos rebeldes.
Lusa