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Coluna humanitária impedida de entrar na cidade sitiada de Daraya na Síria

Uma coluna de ajuda humanitária foi hoje impedida de entrar em Daraya, cidade controlada pelas forças rebeldes a sudoeste da capital síria, Damasco, que está cercada pelo exército sírio, divulgou o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICR).

© Stringer . / Reuters

"Infelizmente, a nossa coluna de ajuda em colaboração com as Nações Unidas e o Crescente Vermelho Árabe Sírio (SARC, organização federada com a Cruz Vermelha) viu negada a entrada em Daraya, apesar de uma autorização prévia de todas as partes", escreveu o CICR na rede social Twitter.

"Insistimos com as autoridades responsáveis para que nos autorizem o acesso a Daraya para que possamos regressar com os alimentos e medicamentos que são desesperadamente necessários", acrescentou a organização, na mesma mensagem.

Horas antes desta publicação no Twitter, o Comité Internacional da Cruz Vermelha tinha anunciado que a cidade sitiada de Daraya ia receber a primeira ajuda humanitária em quatro anos.

"Esta é a primeira coluna humanitária para esta cidade nos subúrbios de Damasco desde que começou o cerco em novembro de 2012", disse então o porta-voz da Cruz Vermelha, Pawel Krzysiek.

Segundo a informação divulgada, cinco camiões organizados pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha, pelas Nações Unidas e pelo Crescente Vermelho Árabe Sírio ia entregar leite infantil, medicamentos e artigos escolares.

A representante do CICR na Síria, Marianne Gasser, que integrava a coluna humanitária, descreveu a recusa de acesso como trágico.

"As comunidades de Daraya têm necessidade de tudo, e é trágico que até os bens básicos que estávamos a transportar estão a ser atrasados desnecessariamente", disse a representante.

"Daraya tem sido um local de combates implacáveis durante mais de três anos e meio, e sabemos que a situação é desesperada", afirmou Marianne Gasser.

Antes do início da guerra na Síria, a população de Daraya rondava os 80 mil habitantes. Ao longo dos últimos cincos anos, a população caiu em quase 90% e as pessoas que ainda permanecem na cidade sofrem de grandes carências e de subnutrição.

As Nações Unidas afirmam que mais de 486 mil pessoas vivem em zonas sitiadas na Síria, mais de metade em áreas cercadas pelas forças do regime sírio.

O conflito sírio já matou mais de 270 mil pessoas e fez milhões de deslocados desde o seu início em março de 2011.

Lusa