A ação ocorre um dia depois de Nicolás Maduro acusar a oposição de pretender "impor o estado de insurreição" em Caracas, e de apoiar a decisão do presidente da câmara da capital, Jorge Rodríguez de proibir o acesso dos manifestantes ao centro da capital.
Depois dos manifestantes terem ultrapassado o cordão policial, efetivos da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar) e da Polícia Nacional Bolivariana tentaram dispersar a manifestação com granadas de gás lacrimogéneo.
Fontes não oficiais disseram que um dos manifestantes ficou ferido após ter sido atingido por um objeto arremessado de um edifício do programa governamental Grande Missão Habitação Venezuela.
Várias zonas de Caracas amanheceram hoje com forte presença policial e militar, sendo visíveis vários cordões da Polícia Nacional Bolivariana, para impedir a progressão da marcha da oposição.
Nicolás Maduro disse terça-feira ser uma "questão de tempo" o desaparecimento do parlamento venezuelano, onde a oposição detém a maioria, resultante das eleições legislativas de dezembro passado.
O Presidente venezuelano, que falava numa conferência de imprensa no palácio presidencial de Miraflores, considerou que a intenção da oposição em convocar um referendo para revogar o seu mandato denota "um pouco de loucura e desespero", porquanto se trata de um "objetivo inatingível".
"Todos os referendos são uma opção, não uma obrigação. Não estamos obrigados a fazer um referendo no país. São uma opção e têm os seus mecanismos legais para ativar-se. Eu repito isso. Os referendos, de qualquer tipo, na Venezuela, são uma bonita opção, mas para que se convertam em realidade necessitam de cumprir a lei e os requerimentos", frisou.
Quanto à manifestação de hoje, Nicolás Maduro acusou que "há mortos" de cada vez que a oposição efetua uma marcha até ao centro de Caracas.
O Presidente denunciou ainda que está a ser montado um "cenário de violência para justificar uma intervenção estrangeira" e acusou a imprensa internacional de apoiar os grupos de "direita" que, acusou, "querem acabar com a paz no país".
Lusa