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NASA espera lançar telescópio sucessor do Hubble até finais de 2018

A NASA espera poder lançar para o espaço até ao final de 2018 o telescópio que vai suceder ao Hubble na observação do Universo quando estava no início da sua formação.

NASA espera lançar telescópio sucessor do Hubble até finais de 2018
© Ho New / Reuters

Esta medida significa que o Hubble, que foi posto em órbita em 1990, continuará a sua atividade quando, em 2018, a NASA colocar em órbita o seu sucessor, o telescópio espacial James Webb.

Após a última reparação espacial em 2009 e o fim das missões dos vaivém espaciais em 2011, que permitiram realizar missões de melhoria tecnológica, o Hubble não pode receber mais mantimentos.

Não obstante, os cientistas da NASA consideram que o Hubble pode continuar em órbita, para além do prazo inicialmente estabelecido, e a explorar as partes mais obscuras do universo.

"O Hubble poderá continuar a fornecer dados até aos anos de 2020 e assegurará o seu lugar na história como um dos grandes observatórios em temas que vão desde a observação do sistema solar à observação do universo mais distante", afirmou a NASA em comunicado.

De modo a aumentar a missão são necessários cerca de 200 milhões de dólares (cerca de 180 milhões de euros) em investimentos.

O Hubble obtém informação no espetro visível e ultravioleta enquanto o telescópio James Webb operará na banda infravermelha. Este desempenho permitirá realizar comparações e observações mais aprofundadas do universo.

Lusa

© NASA NASA / Reuters

O novo instrumento de observação chama-se James Webb Space Telescope (JWST) e tem como responsável científico Pierre Ferruit, da Agência Espacial Europeia (ESA). O projeto tem também a participação da NASA e da Agência Espacial do Canadá.

Ferruit disse, durante a sua intervenção no segundo dia da reunião científica da Sociedade Espanhola de Astronomia (SEA) que se realiza em Bilbao, que o lançamento do engenho, com um espelho primário de 6,5 metros de diâmetro, vai tornar-se no maior telescópio espacial da História.

Esta grande dimensão e a excelente visão no campo dos infravermelhos vai permitir ao telescópio JWST estudar a formação das primeiras galáxias quando o universo era ainda jovem, com apenas algumas centenas de milhões de anos -- atualmente tem 13.700 milhões de anos -, indicou a SEA num comunicado.

O JWST também vai poder estudar as atmosferas de exoplanetas -- planetas situadosfora do sistema solar -- à procura de moléculas chave para a vida, como a água, o metano e o dióxido de carbono.

"O mais emocionante é que a sensibilidade do JWST, em comparação com os telescópios atuais, será tão elevada que de certeza que vamos descobrir coisas que nem nós esperamos", explicou Pierre Ferruit.

Ainda que o projeto seja liderado pela NASA, a Europa - através da ESA - tem também um papel destacado na missão, recordou Ferruit.

Exemplo desse papel é que o novo telescópio vai ser lançado num foguete Ariane europeu, e outros institutos de investigação e empresas europeias desenvolveram alguns dos instrumentos a bordo.

Em contrapartida, os cientistas europeus garantiram 15 por cento do tempo de observação do JWST assim que esteja operacional.

Espanha também participa no projeto em dois dos quatro instrumentos científicos com que o JWST conta: o espectógrafo de infravermelhos próximos ou 'NIRSpec' e o instrumento de infravermelhos médios, 'MIRI'.

No que diz respeito ao 'NIRSpec', Espanha faz parte da equipa científica que monitoriza tanto o desenvolvimento do instrumento como as observações que vai levar a cabo, centradas principalmente nas galáxias primordiais do universo.

Lusa