López disse "respeitar muitíssimo" as palavras do ex-presidente do PSOE, mas sublinhou que a posição do partido - consensualizada no último Conselho Federal, em 9 de julho -- foi a de rechaçar a reeleição de Rajoy.
"O Comité Federal foi muito claro. Falaram todos os dirigentes do PSOE e todos disseram o mesmo: o PSOE deverá votar 'não' à investidura de Rajoy", disse Óscar López em declarações à Cadena Ser, citadas pela agência Efe.
Numa entrevista ao diário argentino Clarín, Felipe González, antigo líder socialista e ex-primeiro-ministro espanhol, defendeu que, "se não é possível formar governo, há que deixar formar governo. E isso leva à abstenção" do PSOE.
O porta-voz do PSOE no Senado espanhol insistiu que "não faz nenhum sentido" que o PP deposite nos socialistas a esperança de encontrar uma "alternativa" de governabilidade, até porque "o natural" é que estes votem contra.
Mariano Rajoy e o líder do PSOE, Pedro Sánchez, vão reunir-se na terça-feira para aferir da possibilidade de os socialistas viabilizarem o governo do PP, mas López começou já por dizer que Sánchez irá "escutar", mas não negociar.
O vice-secretário de Comunicação do PP, Pablo Casado, anunciou hoje à rádio Onda Cero que Rajoy irá apresentar ao PSOE, e depois ao partido de centro-direita Ciudadanos, um documento de negociações elaborado a partir da comparação dos programas eleitorais dos três partidos.
Casado apelou, por isso, ao sentido de "responsabilidade" dos socialistas, especificando que o documento que Rajoy vai apresentar será a síntese do programa eleitoral do PP e do acordo de governo que o PSOE e o Ciudadanos assinaram na anterior legislatura. "Há mais coincidências do que parece" nas posições dos três partidos, disse.
O sucesso destas negociações, lembrou Casado, permitirá agendar a sessão parlamentar de votação de investidura de um novo governo para 23 de agosto, contando com a abstenção do PSOE, e depois aprovação atempada do próximo orçamento do Estado espanhol e dos objetivos de Bruxelas.
Para Óscar López, é "verdadeiramente surpreendente" que Rajoy apresente a Sánchez uma oferta com base no acordo que o PSOE assinou com o Ciudadanos em fevereiro, com o qual o líder socialista tentou -- e falhou -- a investidura.
López recordou que o PP na altura "desqualificou e ridicularizou" esse acordo, porque ele supunha todas as políticas dos populares nos últimos quatro anos.
Lusa