"Em nosso nome, não!" é o título da petição dirigida aos presidentes da Comissão Europeia, Conselho Europeu e Parlamento Europeu, aberta a todos os cidadãos europeus até ao fim de setembro.
Tem como objetivo levar o caso ao Tribunal de Justiça Europeu para pedir "fortes medidas exemplares" contra o ex-primeiro-ministro português "cujo comportamento desonra os funcionários europeus e a União Europeia".
O apelo foi lançado a 11 de julho, três dias depois do anúncio da contratação de Durão Barroso como conselheiro do Goldman Sachs International para as questões ligadas à saída do Reino Unido da UE (Brexit). Pretende alcançar as 150.000 assinaturas.
No texto, os autores definem-se como "um grupo espontâneo de funcionários das instituições europeias" que se juntaram por estarem "cada vez mais preocupados com a deterioração da imagem do projeto europeu" junto de "familiares, amigos, vizinhos e cidadãos europeus" em geral.
A contratação de José Manuel Durão Barroso pelo Goldman Sachs - "um dos bancos mais implicados na crise do crédito imobiliário de alto risco que levou à crise de 2007-2008, a pior desde a Grande Depressão" - é qualificada no texto de "irresponsável", "lesiva para as instituições europeias" e "moralmente repreensível".
Os signatários defendem que o Conselho da UE e o Colégio de comissários devem levar o caso ao Tribunal de Justiça Europeu.
A essa instância pedem que, independentemente de ter sido respeitado o período de transição de 18 meses após o fim do mandato, "analise em pormenor e com toda a transparência" se foram respeitados os deveres de "integridade e discrição".
À luz das conclusões dessa análise, o Tribunal deve "tomar medidas exemplares devidamente fortes" como "a suspensão da pensão como antigo presidente da CE" e de "possíveis títulos honoríficos relacionados com as instituições europeias", sustentam.
O texto pede ainda um "reforço das regras éticas destas práticas de porta giratória" aplicáveis a antigos membros da Comissão.
Durão Barroso presidiu à Comissão Europeia entre 2004 e 2014.