Nadia Murad foi raptada em 2014, quando tinha 21 anos, pelo grupo extremista Estado Islâmico, juntamente com milhares de outras mulheres e crianças no norte do Iraque e esteve sequestrada três meses, durante os quais sofreu abusos, antes de conseguir fugir para a Alemanha, segundo o comunicado do Conselho da Europa.
Desde então, Nadia Murad tornou-se uma ativista dos direitos humanos "trazendo para o primeiro plano da atenção internacional a situação da comunidade yazidi, em particular a escravidão sexual e tráfico de seres humanos de mulheres e crianças", adianta.
Nomeada em setembro a primeira embaixadora da Boa Vontade das Nações Unidas para a Dignidade dos Sobreviventes do Tráfico de Seres Humanos, Nadia Murad recebeu hoje os 60.000 euros do prémio numa cerimónia no Palácio da Europa em Estrasburgo.
O prémio é anual e foi atribuído pela primeira vez em 2013 pela Assembleia Parlamentar, em parceria com a Biblioteca Vaclav Havel e a Fundação Carta 77, para recompensar a defesa dos direitos humanos, e inclui um troféu e um diploma.
Vaclav Havel, o dramaturgo e presidente da Checoslováquia, símbolo da oposição à ditadura, que deu o nome ao prémio, faria este ano 80 anos e o "seu legado é mais relevante que nunca", declarou o presidente da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, Pedro Agramunt, durante a cerimónia.
Agramunt lembrou que Havel alertou para "o perigo do ódio e do preconceito", bem como para a "importância da tolerância", apelando a um regresso "à sua mensagem".