Um estudo da Federação Europeia de Transportes e Ambiente, divulgado pelas associações ambientalistas portuguesas Quercus e Associação Sistema Terrestre Sustentável - Zero, revela que, em 2015, "as vendas de carros elétricos atingiram o importante nível de 1% de quota de mercado" tendo duplicado relativamente ao ano anterior, ao atingir 144 mil.
As previsões referidas pela organização europeia apontam para vendas de 200 mil carros este ano "elevando o número total de veículos elétricos nas estradas para mais de 500 mil", sendo a Europa o segundo mercado, com destaque para a Noruega e a Holanda.
Existem diferenças entre os Estados membros nesta área e em alguns países não há praticamente vendas ou infraestruturas de recarga devido à falta de incentivos, nomeadamente a nível político, alerta a federação.
Esta situação, salienta, "tem de mudar, se a Europa pretende tornar-se líder da mobilidade elétrica e, em particular, competir com a China".
Em Portugal, salienta a Zero, "a falta de incentivos à mobilidade elétrica por comparação com outros países tem conduzido a uma percentagem reduzida de vendas de automóveis elétricos" e, até final de agosto, "tinham sido vendidos 1.148 veículos", ou seja, "0,7% dos veículos novos vendidos são elétricos".
A Quercus refere uma subida de 43% da venda de veículos 100% elétricos no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2015, e cita dados da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) para realçar que este aumento foi ainda maior (de 103,5%), se for considerada a comercialização de todos os elétricos recarregáveis (incluindo também os híbridos 'plug-in', os veículos elétricos com extensão de autonomia e aqueles de célula de combustível).
Quanto à quota de mercado nacional, continua a Quercus, com base em informação da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), em 2015, as vendas de carros elétricos representaram 2,68% do total de ligeiros de passageiros comercializados, quando em 2014 tinham ficado nos 2,16%.
No ano passado, a Mitsubishi foi a marca que vendeu mais carros elétricos (28.175 veículos), ficando com 23% do total do mercado na Europa.
A federação estima que, em 2015, andavam nas estradas europeias entre cinco e oito milhões de bicicletas, motociclos ('scooters') e 'segways' elétricos, outras formas de transporte amigas do ambiente.
Os automóveis são responsáveis por 15% das emissões totais de dióxido de carbono da Europa e são a maior fonte de emissões no setor dos transportes, um dos mais problemáticos no que respeita à tarefa de combater as alterações climáticas.
A União Europeia exige que os fabricantes de automóveis limitem, até 2021, a média das emissões dos automóveis fabricados a um máximo de 95 gramas de dióxido de carbono, mas é esperado que a Comissão Europeia proponha limites mais restritos de emissões nos automóveis para 2025.
Lusa