Barack Obama tem "uma cada vez mais pequena janela de oportunidade para fazer valer algumas das promessas que fez quando assumiu o cargo", e deve "elevar os direitos humanos a uma prioridade antes de sair" da Casa Branca, defende, num comunicado hoje divulgado, Margaret Huang, diretora executiva da secção norte-americana da Amnistia Internacional (AI).
A organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos refere que Obama deve encerrar a prisão de Guantánamo, onde permanecem 61 detidos, alguns há 14 anos e sem acusação formal.
"Se o Presidente Obama não fechar Guantánamo antes de terminar o mandato, [a prisão] pode nunca fechar", avisa Huang, que considera aquele local um símbolo de "violações sistemáticas de direitos humanos internacionais" e receia que possa mesmo vir a ser utilizado para receber novos prisioneiros.
Outra medida que a ONG reclama é a proteção de refugiados e requerentes de asilo que fogem da violência, causada por gangues, da Guatemala, El Salvador e Honduras.
"Não é suficiente confiar a segurança de milhares de pessoas ao próximo Presidente. O Presidente Obama deve garantir refúgio àqueles que fogem da violência e conceder proteção temporária" aos que já estão nos Estados Unidos, afirma a responsável da organização.
Por fim, a Amnistia Internacional afirma que Washington continua a vender armas à Arábia Saudita, Egito, Israel e outros aliados no Médio Oriente, "apesar de provas de que estas armas são usadas para cometer violações de direitos humanos e lei humanitária internacional".
"O Presidente Obama pode garantir que isto para na sua administração, impondo condições mais rígidas sobre ajuda militar, com o objetivo de chegar a um embargo em qualquer país onde armas norte-americanas têm sido usadas para violar direitos humanos", acrescentou a diretora da AI dos Estados Unidos.
Os Estados Unidos elegem a 08 de novembro o seu próximo Presidente, o 45.º da história norte-americana e o sucessor de Barack Obama, num ato eleitoral disputado pela primeira mulher candidata de um grande partido, Hillary Clinton (democrata), e pelo magnata do imobiliário Donald Trump (republicano).
Lusa