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Alimentar vacas a algas diminuiria emissão de metano para a atmosfera em 70%

Bastaria acrescentar algas secas a 2% da ração das vacas para que as emissões de gás metano baixassem 70% - o equivalente às emissões de CO2 de um país como a Índia, afirmam cientistas australianos.

Alimentar vacas a algas diminuiria emissão de metano para a atmosfera em 70%
© Jeff Haynes / Reuters

O gado bovino é responsável por 44% das emissões de metano para a atmosfera - um gás que contribui para o efeito de estufa com potencial 36 vezes maior que o dióxido de carbono (CO2).

Ao introduzir na sua dieta algas secas, os cientistas prevêem uma diminuição de grande parte das 3,1 gigatoneladas de gases que estes animais lançam para a atmosfera - 3,1 gigatoneladas é o valor de CO2 que toda a União Europeia lança todos os anos para a atmosfera.

As vacas, ovelhas e outros animais ruminantes têm no estômago uma bactéria que faz com que arrotem metano. Cada animal expele uma média de 500 litros deste gás para a atmosfera por ano.

Uma equipa de investigadores australianos tem vindo a testar o potencial das algas na diminuição de tais gases emitidos pelos animais. Acabou por encontrar uma alga promissora - Asparagopsis taxiformis - que, em laboratório reduziu a produção de metano em 99%.

Ao realizar a experiência em animais, os cientistas da Universidade James Cook em Queensland conseguiram uma redução de 50% a 70% da emissões de metano em 72 dias.

"Tivemos um pressentimento de que teríamos algum sucesso, mas a escala de redução de metano que vimos foi surpreendente", afirmou o investigador Rocky De Nys, em declarações à australiana ABC.