De acordo com informação da Sonangol, Isabel dos Santos inaugura no Luena (interior centro) o Centro de Formação Feminina Galica, financiado pela Sonangol e outras petrolíferas, internacionais, como a Total, BP, Esso e Statoil, com capacidade para receber até 720 alunas.
A 17 de novembro, a presidente do conselho de administração da Sonangol foi ao Soyo, província do Zaire (litoral norte), inaugurar a Urbanização Kinganga Mavacala, construída com financiamento da petrolífera nacional e empresas associadas do projeto Angola LNG, com 400 moradias.
A 09 de novembro foi a vez da inauguração de uma escola do I e II nível do ensino secundário, na antiga Casa dos Rapazes de Luanda, agora com capacidade para receber 1.944 alunos, financiada pela Sonangol.
"O grupo Sonangol continua comprometido com a responsabilidade social. Para nós, a educação, a formação, a saúde, são temas muito importantes, temos feito vários investimentos neste sentido", frisou, durante a inauguração, Isabel dos Santos.
A manifestação cívica agendada para Luanda, para 26 de novembro, visa protestar contra o atraso do Tribunal Supremo a julgar uma providência interposta por vários advogados angolanos, pedindo a suspensão da nomeação de Isabel dos Santos, que tomou posse em junho, no âmbito da reestruturação da maior empresa de Angola.
Em causa o facto de a empresária ter sido nomeada para liderar a Sonangol pelo pai, o chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, levando os contestatários da nomeação a alegar uma violação da Lei da Probidade Pública.
A presidente do conselho de administração da petrolífera angolana sublinhou na mesma ocasião, em Luanda, falando a propósito dos investimentos na área social, que a baixa do preço do petróleo no mercado internacional está a afetar a Sonangol.
"Isto, com certeza e, infelizmente, vai ter algum impacto no que nós podemos fazer, como projetos no futuro de responsabilidade social. Não quer dizer que a gente deixe de os fazer, vamos fazer com mais parcerias, de outras formas, mas efetivamente a crise no preço do petróleo hoje em dia afeta de forma negativa e difícil a nossa empresa e o nosso país", lamentou.
Os promotores da manifestação cívica em Luanda admitem ainda que a empresária angolana pode estar impedida de exercer aquelas funções, pelas posições que detém noutras empresas.
Em comunicado emitido no sábado, os promotores da manifestação, entre os quais o antigo primeiro-ministro angolano Marcolino Moco ou o 'rapper' e ativista Luaty Beirão, informam que pediram a Isabel dos Santos uma lista com as empresas de que é sócia e "que, direta ou indiretamente, partilham negócios com o grupo Sonangol e suas associadas".
O responsável pela comunicação institucional do Governo angolano disse, a 16 de novembro, que esta manifestação é uma "pressão" sobre a Justiça.
Manuel Rabelais, diretor do Gabinete de Revitalização e Execução da Comunicação e Marketing da Administração (GRECIMA), afirmou, numa declaração lida na sede daquele órgão, que se deveria "aguardar serenamente pelo pronunciamento do Tribunal Supremo" sobre este caso.
"Embora a manifestação seja um direito constitucionalmente consagrado, consideramos que este tipo de pressão sobre o sistema judicial pode condicionar a sua decisão", afirmou Manuel Rabelais.
Lusa