Alwaleed bin Talal não tem uma posição oficial no Governo saudita. Contudo, com um património líquido estimado nos 17,3 mil milhões de euros, o príncipe é um dos homens mais ricos do mundo e uma das figuras mais influentes no seu país.
Através do Twitter, Talal publicou "Parem o debate: é tempo das mulheres conduzirem" e lançou uma longa declaração sobre o argumento moral e pragmático para permitir que as mulheres conduzam.
A Arábia Saudita é o único país no mundo que proíbe as mulheres de conduzirem. No entanto, esta não é a única proibição que as sauditas enfrentam: não podem viajar sozinhas sem um homem a acompanhá-las.
"Proibir uma mulher de conduzir é hoje uma questão de direitos semelhantes aos que proíbem receber uma educação ou ter uma identidade independente", disse o príncipe. "São todos atos injustos de uma sociedade tradicional, muito mais restritiva do que o permitido legalmente pelos preceitos da religião."
Alwaleed bin Talal argumenta também que a proibição de motoristas do sexo feminino significa que muitas famílias estão a gastar cerca de 900 euros por mês num motorista contratado, geralmente um emigrante que se mudou para a Arábia Saudita para trabalhar e enviar os seus ganhos para o seu país de origem.
Enquanto a economia saudita luta com o baixo preço do petróleo, o príncipe argumenta que a substituição de motoristas estrangeiros por mulheres sauditas seria um impulso para a economia nacional. Contudo, esta ideia vinha com ressalvas. Para fornecer "um elemento de moderação", Alwaleed sugeriu uma série de restrições, incluindo a prevenção de condutoras fora das cidades e proibindo-as de conduzir camiões ou outros veículos maiores do que um carro.
Alwaleed bin Talal sugeriu ainda levar as mulheres para a polícia, onde pudessem entrar na unidade de trânsito, que "tratará das mulheres que estiverem envolvidas em acidentes de trânsito".