"Informámos a ONU, em Nova Iorque e em Genebra, de que não há agora qualquer problema com a entrega de abastecimentos humanitários em Alepo oriental", declarou Lavrov, em conferência de imprensa no final de um encontro com o seu homólogo italiano, Paolo Gentiloni.
"É necessário chegar a acordo com o Governo sírio sobre a passagem dessas colunas que já não são ameaçadas de nada, a ONU ainda está a refletir sobre a forma como se poderá proceder", prosseguiu, citado pela agência estatal russa RIA Novosti.
"Enquanto eles (os responsáveis das Nações Unidas) refletem, a Rússia, como sabem, enviou mais ajuda humanitária para Alepo oriental, bem como dois hospitais de campanha, médicos, equipamento médico e medicamentos. Penso que os outros países que não são indiferentes ao destino da população civil síria que está a sofrer devem agir da mesma forma", insistiu.
A Rússia, aliada do Governo sírio, propôs a criação de quatro corredores humanitários em Alepo oriental, declarou na quinta-feira um responsável da ONU, que espera poder de lá retirar os feridos e encaminhar ajuda para a parte da cidade sitiada pelas forças do regime do Presidente Bashar al-Assad.
No passado, Moscovo já decretou unilateralmente tréguas e criou corredores humanitários, mas a ONU nunca os utilizou por falta de garantias de segurança.
Tendo em conta "a inércia" da ONU em relação ao conflito, "encorajamos qualquer esforço que permita criar as condições para impulsionar o processo de negociações assente na necessidade de assegurar os interesses do povo sírio", acrescentou Lavrov.
O ministro russo reiterou igualmente o seu apelo aos grupos rebeldes para "cortarem qualquer contacto com os terroristas", repetindo que "todos os grupos armados" que combatem em Alepo oriental estão "sob as ordens da Frente al-Nusra", cujo novo nome é Fateh al-Cham, desde a sua recente rutura com a Al-Qaida.
Lusa
