"A nossa casa foi destruída por um bombardeamento", disse numa conversa telefónica Ghassan Alabed, pai de Bana. "O Exército está muito próximo do nosso bairro, fugimos para outro (bairro) no leste de Alepo e toda a família está bem", garantiu, acrescentando que "a rede de internet é muito fraca".
Desde que lançaram a ofensiva para recuperar a zona leste da cidade de Alepo, há três semanas, as forças do regime de Bashar al-Assad, apoiadas pelas forças russa, conseguiram tomar cerca de dois terços da zona anteriormente controlada pelos rebeldes. A ofensiva prossegue para recuperar toda a zona oriental da cidade.
Com a ajuda da mãe, Fatemah, Bana começou a publicar no Twitter a 23 de setembro para "partilhar a nossa vida aqui, com o mundo". A conta, verificada pelo Twitter, chegou a ter 211 mil seguidores.
No domingo, uma publicação da mãe deixou os internautas inquietos sobre a sorte daquela família. "Temos a certeza de que o Exército nos vai capturar agora. Ver-nos-emos noutro dia, querido mundo. Adeus". E durante 24 horas a conta esteve silenciosa. Mas a mãe manifestou-se de novo, escrevendo: "Estamos sob ataque. Não há para onde ir, a cada minuto a morte espreita. Rezem por nós. Adeus".
Esta manhã surgiu um novo tweet de Bana a garantir que está bem.
O destino de Bana tem emocionado os internautas, que vêm nela um símbolo do drama em que vivem os civis de Aelpo. Mas os detratores da oposição ao Governo de Damasco dizem tratar-se de propaganda. O próprio Presidente Bashar Al-Assad já o afirmou, numa entrevista em outubro à cadeia de televisão dinamarquesa TV2: "É um jogo, um jogo de propaganda, um jogo dos media".