A proposta surge depois de novos avanços das forças do regime, que controlam agora três quartos do leste de Alepo, zona que estava nas mãos dos rebeldes desde 2012.
O comunicado dos rebeldes pede a retirada de 500 civis gravemente feridos nos bombardeamentos das últimas semanas e a saída dos civis que pretendam abandonar Alepo para a zona rural a norte da cidade, onde praticamente não há presença das forças governamentais.
A saída de civis para a província vizinha de Idleb é contudo recusada pelos rebeldes, porque essa região "já não é segura devido aos bombardeamentos da Rússia e do regime".
A proposta não faz qualquer referência a uma rendição ou retirada de forças rebeldes, como exigiu o regime sírio.
Um dirigente da fação rebelde Nouredin el-Zinki, o capitão Abdel Salam Abdel-Razek, afirma no texto que o futuro da cidade de Alepo deve ser negociado durante esta trégua humanitária, que deve ser monitorizada pelas Nações Unidas.
Outro responsável desta fação, Yasser Youssef, disse à agência France-Presse que a proposta foi aprovada por todos os grupos rebeldes presentes em Alepo, incluindo o Fateh al-Sham, antes designado Frente al-Nosra e que é o braço da Al-Qaida na Síria.
O regime de Damasco não reagiu à proposta rebelde até ao momento.
O regime lançou há cerca de três semanas uma ofensiva para recuperar a zona leste da cidade de Alepo, que se caracterizou por uma campanha de bombardeamentos aéreos seguida de combates no terreno.
Na terça-feira, um dia depois de a China e a Rússia vetarem um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU pedindo um cessar-fogo de sete dias, o regime de Bashar al-Assad afirmou que só aceitará uma trégua em Alepo que inclua a retirada total dos grupos rebeldes.
Segundo a agência oficial SANA, as forças do regime conseguiram alcançar às primeiras horas da manhã de hoje o centro histórico de Alepo, controlando agora três quartos da zona oriental da cidade.
O Observatório Sírios dos Direitos Humanos, organização não-governamental com sede em Londres que recolhe informação junto de uma vasta rede de ativistas, voluntários, médicos e rebeldes no terreno, confirmou estes avanços e adiantou que a entrada do exército no centro de Alepo "sufocou" os rebeldes.
Lusa