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Assange diz que relatório dos EUA sobre alegado hacking russo é político

O fundador do Wikileaks, Julian Assange, afirmou esta segunda-feira que o relatório dos serviços de informações norte-americanos sobre a alegada interferência informática da Rússia nas eleições presidenciais norte-americanas foi "politicamente motivado".

Assange diz que relatório dos EUA sobre alegado hacking russo é político
Reuters

"Francamente é muito embaraçoso para a reputação dos serviços de informações norte-americanos. Não é um relatório [...]. É um comunicado à imprensa que foi claramente feito para ter um efeito político", disse Assange numa videoconferência sobre o relatório.

Assange afirmou ainda que o documento dos serviços de informação não contém qualquer prova de que Moscovo tenha entregado à Wikileaks material obtido através de atos de pirataria informática russa a responsáveis da campanha democrata.

O relatório, divulgado na semana passada, afirmava que Moscovo tentou favorecer a eleição de Donald Trump e desacreditar Hillary Clinton, para o que instruiu os serviços de informações russos para entregarem mensagens de correio eletrónico retiradas de computadores do Partido Democrata à Wikileaks, que depois as divulgou publicamente.

"A politização evidente do relatório está nas passagens que se referem às intenções do Estado russo em relação a Donald Trump. Este relatório é um ataque político a Donald Trump e visa "deslegitimar a eleição" do novo presidente, acrescentou.

Julian Assange, fundador da Wikileaks, reiterou que não obteve as mensagens em causa do governo russo.

"As fontes da Wikileaks relativamente aos emails de John Podesta [diretor de campanha de Hillary Clinton] e as fugas do Comité Nacional Democrata não pertencem a nenhum governo, não estão ligadas a nenhum Estado, não são do governo russo", disse.

O presidente eleito norte-americano, Donald Trump, afirmou no domingo "não acreditar" na tese de que a Rússia tentou influenciar as eleições para que fosse ele eleito.

A Rússia denunciou por seu lado as "acusações Gratuitas" da CIA.

Lusa