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Potencialidades de telescópio VLT vão ser aumentadas para procurar planetas em Alfa Centauro

As potencialidades do telescópio terrestre VLT, do Observatório Europeu do Sul(OES), no Chile, vão ser aumentadas para procurar eventuais planetas habitáveis em Alfa Centauro, o sistema estelar mais próximo da Terra, anunciou esta segunda-feira a organização astronómica.

Potencialidades de telescópio VLT vão ser aumentadas para procurar planetas em Alfa Centauro
© Ivan Alvarado / Reuters

As adaptações no Very Large Telescope (VLT, Telescópio Muito Grande, em tradução livre) serão feitas ao abrigo de um acordo estabelecido entre o OES, do qual Portugal faz parte, e o programa de exploração científica e tecnológica 'Breakthrough Initiatives'.

Em comunicado hoje divulgado, o OES refere que tais planetas, a serem detetados em Alfa Centauro através do VLT, poderão servir de base para possíveis lançamentos de "sondas espaciais em miniatura" pela iniciativa 'Breakthrough Starshot'.

O programa de exploração científica e tecnológica 'Breakthrough Initiatives' irá conceder fundos para que um dos instrumentos do telescópio VLT, o VISIR, "possa ser modificado, de modo a aumentar significativamente a sua capacidade para procurar potenciais planetas habitáveis" em torno de Alfa Centauro.

O acordo atribui uma 'esperança de vida' suficiente ao telescópio para "permitir a execução de um programa de busca cuidada" de planetas em 2019.

Em agosto, astrónomos anunciaram a descoberta de um planeta extrassolar, a orbitar a estrela mais próxima do Sol, com condições favoráveis para ter na sua superfície água líquida, elemento fundamental para a vida.

O exoplaneta (planeta fora do Sistema Solar) em causa chama-se Próxima b e orbita a estrela Próxima Centauro, "a terceira e mais ténue estrela" do sistema estelar Alfa Centauro.

Um dos cientistas envolvidos na descoberta, James Jenkins, da Universidade do Chile, disse anteriormente à Lusa que a sua equipa pretende "procurar indícios da atmosfera" de Próxima b e, a confirmar-se a sua existência, estudar a sua composição e "procurar traços de água ou outras moléculas, e finalmente vida".

O programa científico e tecnológico "Breakthrough Initiatives" foi fundado em 2015 pelo empreendedor e filantropo russo Yuri Milner, para "explorar o Universo e procurar indícios de vida fora da Terra".

A inicitiva "Breakthrough Starshot", avaliada em 100 milhões de dólares (94 milhões de euros), propõe-se "demonstrar novas tecnologias", mediante um voo espacial ultraleve não tripulado, a 20 por cento da velocidade da luz, "abrindo a perspetiva para uma missão" a Alfa Centauro.

Lusa