Maduro instou os poderes públicos a defenderem a soberania venezuelana, a garantir o vigor da ordem constitucional e empossou ao denominado Comando Anti Golpe de Estado.
"Como Presidente (da República) peço aos poderes públicos que não deixem ficar impunes as violações da Constituição e os desacatos à ordem legal. A AN aprovou um manifesto golpista", disse.
Nicolás Maduro falava numa alocução ao país, transmitida compulsivamente pelas rádios e televisões venezuelanas, a partir do Aeroporto Internacional de Maiquetía (norte de Caracas), antes de partir para a Nicarágua, para assistir à tomada de posse do quarto mandato do seu homólogo Daniel Ortega.
"Sou o Presidente da Venezuela, por mandato constitucional (...) a atuação da AN sobre o abandono do cargo faz rir", frisou o chefe de Estado, que apelou "ao povo revolucionário para trabalhar" e a não "deixar-se levar em provocações".
Por outro lado deu posse ao Comando Nacional Anti Golpe (CNA), criado para adotar medidas preventivas, legais e corretivas, contra os setores golpistas e "preservar a paz, estabilidade e soberania" da população.
O CNA, será dirigiu pelo vice-presidente da Venezuela Tareck El Aissami (ex-ministro do interior) e integra ainda a vice-presidente de Soberania Política, Segurança e Paz, Carmen Meléndez (ex-ministra da Defesa), o atual ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, o deputado socialista Diosdado Cabello - considerado o número dois do regime -, o ministro de Relações Interiores, Néstor Reverol e o diretor do Serviço Bolivariano de Inteligência (serviços secretos), Gustavo González López.
"Estamos obrigados a defender o direito das nossas famílias e da sociedade à paz e à tranquilidade", disse.
O parlamento venezuelano, onde a oposição detém a maioria, chegou segunda-feira a um acordo para declarar o "abandono do cargo" do Presidente Nicolás Maduro e exigir uma saída eleitoral para a crise político-económica que afeta o país.
O acordo foi conseguido com os votos a favor de 106 dos 167 deputados do parlamento, com o Polo Patriótico a acusar aquele organismo de "usurpar" funções para o qual não está facultado e com o Supremo Tribunal de Justiça a insistir que a Assembleia Nacional não está habilitada para demitir o chefe de Estado.
Lusa