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Kerry diz que declarações de Trump sobre Merkel são pouco apropriadas

O secretário de Estado cessante dos Estados Unidos, John Kerry, classificou esta segunda-feira como "pouco apropriadas" as declarações do Presidente eleito, Donald Trump, sobre a chanceler alemã, Angela Merkel, descrevendo a chefe de governo germânica como "corajosa".

Kerry diz que declarações de Trump sobre Merkel são pouco apropriadas
© POOL New / Reuters

Numa paragem em Londres - nos últimos dias da sua última ronda diplomática ainda em funções - e a apenas a quatro dias da tomada de posse de Donald Trump, John Kerry disse à cadeia CNN que o Presidente eleito errou ao criticar Merkel na questão dos refugiados. Em resposta a uma entrevista de Trump ao jornal britânico The Times e ao alemão Bild, Kerry defendeu o papel da União Europeia, defendeu Merkel e a sua política quanto ao acolhimento de refugiados. "Muito francamente, penso que foi pouco apropriado para um presidente eleito dos Estados Unidos estar a meter-se na política de outros países de forma tão direta", disse Kerry à CNN. O chefe da diplomacia norte-americana acrescentou que "a partir de sexta-feira será o responsável pela relação" com a Alemanha, pelo que terá de "falar por ela". "Mas penso que temos de ser muito cautelosos acerca de sugerir que um dos mais fortes líderes da Europa - e um dos mais importantes quanto ao caminho que seguimos - fez um erro ou outro", realçou.

Na sua entrevista, divulgada hoje pelos dois jornais, Trump classificou a NATO como uma organização "obsoleta", aplaudiu a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia e considerou "catastrófica" a política de Angela Merkel sobre o acolhimento de refugiados."Eu acho que ela foi extremamente corajosa e penso que essa caracterização não corresponde nada ao que aconteceu", disse.

Kerry alertou que os inimigos da Europa, incluindo a Rússia, estão a tentar dividir o Ocidente e recordou que a administração do Presidente Obama se opôs fortemente ao 'Brexit'. O secretário de Estado norte-americano participa na terça-feira no Fórum Económico de Davos, na Suíça.

Lusa