O suspeito, identificado como Abdulkadir Masharipov, de 34 anos, é de origem centro-asiática e alegadamente terá encetado o seu contacto com organizações terroristas num grupo armado do Uzbequistão.
Mais tarde, ter-se-á unido aos talibãs do Afeganistão e depois à Al-Qaeda, antes de integrar o movimento extremista Daesh em 2013, segundo avança a estação televisiva CNNTürk.
Masharipov foi detido na noite de segunda-feira pela polícia turca no bairro de Esenyurt, na periferia de Istambul.
Segundo o diário Hürriyet, o alegado autor do atentado encontrava-se junto do seu filho de 4 anos quando foi detido numa operação durante a qual não sofreu ferimentos.
Além de Abdulkadir Masharipov foram detidas outras quatro pessoas, incluindo três mulheres e um homem.
Cerca de mil agentes analisaram 100 mil horas de gravações de câmaras de videovigilância urbanas para poder encontrar o presumível autor do atentado perpetrado contra a discoteca Reina na noite de passagem de ano, em Istambul, que vitimou 39 pessoas.
Antes de ser detido, o suspeito escapou por pouco, em três ocasiões, a rusgas levadas a cabo pela polícia. Numa das operações, foi mesmo encontrado um cigarro ainda aceso no interior da casa onde estava escondido.
A polícia turca sabia, há três dias, do seu último paradeiro, mas limitou-se a vigiar a vivenda para apurar quem o visitava antes de lançar a operação que culminou na sua detenção na noite de segunda-feira.
O homem foi levado para esquadra central de Vatan em Istambul, enquanto prosseguem operações simultâneas contra outras células da mesma rede, segundo indicou a agência de notícias turca Anadolu.
As autoridades anunciaram uma conferência de imprensa para esta terça-feira para dar conta das informações relacionadas com a detenção. De acordo com informações surgidas na imprensa na passada semana, Masharipov era natural do Uzbequistão, ainda que o Governo turco tenha admitido a possibilidade deste pertencer à etnia turca uigure na China e que teria chegado à Turquia via Quirguistão.
Perpetrado com uma arma automática, com a qual o autor do atentado atirou sobre as pessoas que se encontravam no clube Reina, o atentado foi reivindicado pelo Daesh.
Poucos dias depois do ataque, as forças de segurança detiveram a mulher e outros familiares do presumível autor na cidade de Konya, no centro do país.
A mulher declarou a jornal Cumhuriyet que não sabia que Masharipov pertencia ao EI e explicou que ele e a sua família chegaram a 20 de novembro, num voo procedente do Quirguistão, a Istambul, donde seguiram para Ancara e depois, a 22, para Konya, em busca de emprego.
Naquela cidade, segundo o mesmo jornal, arrendaram um estúdio por cerca de 300 dólares e adiantaram o pagamento de três meses de renda.
Masharipov terá viajado, de carro, para Istambul, a 29 de novembro, ainda de acordo com o mesmo jornal.
Lusa