A ministra holandesa da Cooperação e Desenvolvimento Lilianne Ploumen "tomará a inciativa de um fundo internacional para oferecer às mulheres dos países em vias de desenvolvimento o acesso a informações fidedignas, a meios contracetivos e ao aborto", indicou em comunicado, enviado na noite de terça-feira.
"A proibição do aborto não leva a menos abortos, mas a mais práticas irresponsáveis em sítios clandestinos e a mais mortalidade materna", sublinhou Lilianne Ploumen.
Donald Trump assinou na segunda-feira um decreto que proíbe o financiamento público a grupos internacionais que realizam abortos ou dão informação sobre essa opção. A medida foi tomada um dia após o aniversário, a 22 de janeiro, da decisão de 1973 do Supremo Tribunal Roe vs. Wade, que legalizou o aborto nos Estados Unidos, e dois dias depois das manifestações de milhões de norte-americanos pelos seus direitos.
A ministra holandesa prevê contactar ainda esta semana os seus homólogos na Europa e na América latina para a recolha de fundos, avança a cadeia de rádio e televisão pública NOS.
Segundo dados da Holanda, o apoio do Governo holandês a organizações femininas permitiu impedir 6 milhões de gravidezes indesejadas e meio milhão de abortos, graças à ajuda e à disponibilização de informação.
"A decisão dos Estados Unidos ameaça reduzir estes resultados", alertou a ministra, que disse estar "muito dececionada" pela decisão de Trump. "Não podemos deixar que isto aconteça", concluiu.