Mundo

Filhos de François Fillon envolvidos na investigação sobre empregos "fictícios"

Dois filhos do candidato presidencial francês François Fillon vão ser incluídos numa investigação judicial por suspeita de terem sido contratados para empregos fictícios, tal como a mulher do candidato, anunciou hoje a procuradoria para os crimes financeiros.

Filhos de François Fillon envolvidos na investigação sobre empregos "fictícios"
© Christian Hartmann / Reuters

Marie e Charles Fillon foram contratados como assistentes parlamentares do seu pai a partir de setembro de 2005, quando este era senador. Na altura, ambos os filhos ainda estudavam e não exerciam profissionalmente como advogados.

Também a mulher de François Fillon, Penelope Fillon, está a ser investigada pelo mesmo delito. A imprensa francesa deu conta que a Penelope terá recebido cerca de 900 mil euros como assistente parlamentar do marido, mas que esse poderá ter sido um emprego fictício.

O diário "Le Parisien" indicou que se espera que ambos os filhos de Fillon sejam "rapidamente interrogados" pelos agentes do Gabinete Central de Luta contra a Corrupção e as Infrações Fiscais e Financeiras.

Os agentes deverão ainda fazer buscas no Senado francês para recolher material de prova.

O semanário satírico Le Canard Enchaîné revelou o escândalo na semana passada, quando escreveu que Penelope Fillon foi contratada como assistente parlamentar e colaboradora literária de uma revista. O jornal revela agora detalhes dos contratos relativos aos filhos.

Segundo o "Le Canard Enchaîné, duas semanas depois de ter sido eleito senador, a 01 de outubro de 2005, Fillon assinou um contrato com a sua filha Marie - que tinha, então, 23 anos - como assistente, com um salário inicial de 3.773 euros brutos mensais, que passaram a 3.814 euros até final do ano seguinte.

A 01 de janeiro de 2007 foi rendida nas mesmas funções por Charles, também com 23 anos na altura, com uma remuneração de 4.846 euros brutos mensais (ou seja, 27% mais do que a irmã) até 17 de junho desse ano. Ou seja, receberam ambos um total de 84.000 euros em dinheiros públicos.

O antigo primeiro-ministro acusou a esquerda de estar por detrás destas notícias e garantiu que manterá a candidatura à presidência "até ao fim"

Lusa