A ex-modelo de origem eslovena de 46 anos, a primeira mulher que nasceu no estrangeiro e se tornou primeira-dama desde 1825, deu nas vistas no dia da tomada de posse de Donald Trump, a 20 de janeiro: a elegância semelhante à de Jackie Kennedy quando o marido prestou juramento e os bailes oficiais que se seguiram valeram-lhe comentários elogiosos da imprensa norte-americana.
Mas desde a sua aparição na igreja ao lado do Presidente a 21 de janeiro, nunca mais foi vista em eventos públicos. Voltou para o seu apartamento na Trump Tower em Nova Iorque com o seu filho Barron, de 10 anos.
O primeiro tweet como FLOTUS (First Lady Of The United States) foi o último, a 21 de janeiro. "Estou profundamente honrada por servir este país maravilhoso como primeira-dama".
Mas a verdade é que, como primeira-dama, ainda nada disse ou fez.
Na terça-feira faltou à cerimónia de apresentação de Neil Gorsuch, o juiz escolhido por Trump para o Supremo Tribunal, onde estavam presentes as mulheres do juiz e do vice-presidente Mike Pence. E foi Ivanka Trump, a filha do Presidente, quem o acompanhou na cerimónia de homenagem ao soldado norte-americano morto no Iémen.
A revista "cor-de-rosa" US Weekly afirma mesmo que Melania e Barron não vão viver para a Casa Branca antes do fim do ano escolar.
Donald Trump indicou ao New York Times que Tiffany, a filha de 24 anos, e Barron passariam os fins de semana com ele na Casa Branca.
No fim de semana passado, mãe e filho não apareceram em Washington. Está previsto que se encontrem todos no próximo fim de semana na residência de Trump em Mar-a-Lago, na Florida.
"Se forem verdadeiros os rumores de que ela não tem intenção de se instalar na Casa Branca, será algo sem precedentes", afirmou Katherine Jellison, professora de História na Universidade de Ohio e especialista em primeiras-damas. A ausência de Melania na cerimónia de terça-feira "é altamente insólito: é um evento onde ela deveria estar presente", acrescentou a perita.
Interrogado em dezembro para saber se iria sentir-se sozinho sem a mulher em Washington, Donald respondeu: "não, terei trabalho a fazer".
Além de professar a sua admiração por Jackie Kennedy e Michelle Obama, Melania nada disse até agora sobre que papel tencionava desempenhar.
Na quarta-feira, a Casa Branca anunciou a nomeação da chefe de gabinete da primeira-dama, Lindsay Reynolds, que fez parte da Administração de George W. Bush, e que assegurou que Melania "estava a constituir cuidadosamente a sua equipa". Melania nomeou como conselheira pessoal uma amiga de longa data, a antiga diretora da Vogue e organizadores de encontros sociais em Nova Iorque, Stephanie Winston Wolkoff.
Mas para os especialistas em primeiras-damas, ainda é cedo para tirar quaisquer conclusões. A maioria, com exceção de Rosalynn Carter e de Hillary Clinton, foi discreta nos primeiros 100 dias de presidência.
Mesmo Michelle Obama, que saiu da Casa Branca com um elevado índice de popularidade, iniciou funções de forma gradual, privilegiando o papel de mãe.
A primeira-dama "é muito importante" para o Presidente, sublinham os especialistas contactados pela agência France Press. Se Donald Trump quer manter a ligação com o eleitorado popular, tem de envolver Melania.