O artefacto foi localizado no final do ano passado na região de Bergen, oeste da Noruega, após as autoridades terem recebido uma denúncia anónima.
"Já quase tínhamos perdido a esperança e já tínhamos mandado fazer e instalar uma réplica no local original", disse esta quarta-feira Gabriele Hammermann, a responsável máxima do memorial alemão de Dachau. O roubo do portão "foi um dos piores ataques contra o memorial do campo de Dachau" disse Hammermann, acrescentando que continua a ser muito importante para os sobreviventes do Holocausto que as autoridades continuem a investigar o crime.
O ato - em novembro de 2014 - foi visto como uma profanação do memorial contra o nazismo. O cinismo da inscrição "Arbeit macht frei" ("o trabalho liberta") tornou-se um símbolo dos horrores sofridos pelos prisioneiros dos nazis durante a II Guerra Mundial, que tinham de passar todos os dias pelo portão (e pela frase) quando iam fazer trabalho de escravo. O memorial Yad Vashem de Israel classificou o roubo do portão como "um ataque ofensivo à memória do Holocausto".
O portão foi descoberto debaixo de uma lona num parque de estacionamento em Ytre Arna, uma localidade a norte de Bergen, a segunda maior cidade da Noruega.
O artefacto não vai ser posto no seu local original - neste momento já ocupado pela réplica - mas fará parte da mostra permanente do campo, dentro de uma redoma de vidro equipada com alarme.Medindo 190 por 95 centímetros, o portão fazia parte de um portão maior na entrada do campo. Vai ser mostrado ao público pela primeira vez a 30 de abril, no 72.º aniversário da libertação do campo por forças norte-americanas.
O campo de concentração perto de Munique foi erguido pelos nazis em 1933. Mais de 200 mil pessoas de toda a Europa estiveram em Dachau como prisioneiras, e mais de 40 mil morreram no local.
Esta foi a segunda vez nos últimos anos que um campo nazi foi atacado por ladrões.
Em dezembro de 2009, a inscrição "Arbeit macht frei" que estava no portão do campo de extermínio de Auschwitz, construído pelos nazis na Polónia, também foi roubada.
A polícia encontrou-a três dias depois, cortada aos bocados, numa floresta do outro lado da Polónia.Um homem sueco foi considerado culpado e condenado a pena de prisão na Suécia por ter instigado o roubo. Cinco polacos também foram condenados a prisão por envolvimento.
Lusa