Erdogan, que falava numa ação de campanha para o referendo de 16 de abril sobre o reforço dos poderes presidenciais, já referiu várias vezes que promulgaria uma lei para restaurar a pena capital, mas hoje referiu-se pela primeira vez à realização de um referendo.
"Já o disse. Se o Parlamento aprovar a pena capital, eu promulgo", disse num discurso em Manisa, na Anatólia, transmitido pela televisão NTV."Só há um problema: é preciso modificar a Constituição. Mas para isso podemos preparar outro referendo.
Dirigimo-nos à nação e se a nação disser 'pena de morte', acaba-se a questão", acrescentou.
A reinstauração da pena de morte tem sido recorrentemente referida pelo presidente turco desde a tentativa de golpe de Estado de 15 de julho.
A oposição declarada do partido social-democrata CHP e do partido de esquerda HDP impede a formação de uma maioria de dois terços no hemiciclo, exigida para uma reforma constitucional, mas permite uma maioria de três quintos, suficiente para convocar um referendo.
A Turquia aboliu a pena de morte em 2004, 20 anos depois da última execução.
A União Europeia já advertiu Ancara de que a reinstauração da pena de morte implica o fim do processo negocial de adesão da Turquia.
Lusa