"É o resultado de seis anos de guerra e não pode continuar. Podemos acabar com o stress tóxico que muitas crianças estão a sofrer, pondo fim aos bombardeamentos de zonas civis e levando a todos ajuda e apoio psicológico", refere em comunicado a presidente do Save the Children, Carolyn Miles.
O conflito na Síria começou em 2011 e já causou mais de 300 mil mortos. A violência e os frequentes bombardeamentos fazem com que as crianças estejam em contante estado de medo, o que faz disparar os problemas mentais, como demonstra a pesquisa realizada pela Save The Children.
A Organização Não Governamental interrogou mais de 450 pessoas em sete das 14 regiões sírias, incluindo crianças de diferentes idades, pais, cuidadores, funcionários da ajuda humanitária e professores.
Quase todas as crianças e 84% dos adultos identificaram os bombardeamentos como a primeira causa de stresse psicológico nos mais novos. Dois terços das crianças já tinham sido vítimas das bombas, ou porque sofreram ferimentos, perderam um familiar ou as suas casas foram atingidas.
O relatório Invisible Wounds revela que, de acordo com 71% dos entrevistados, as crianças sofrem frequentemente de sintomas de "stress tóxico" ou distúrbio pós-traumático, nomeadamente sentimento de culpa e tristeza profunda, problemas ao nível da fala e perdas involuntárias de urina durante a noite.
Cerca de 2,3 milhões de crianças já fugiram da Síria e pelo menos 3 milhões, com idades até 6 anos, nunca conheceram outra realidade para além da guerra, sublinha o relatório da organização Save The Children.