"Estamos prontos. Vamos ver até onde vocês aguentam, covardes miseráveis (...) porque dizer que a sagrada Constituição da Venezuela não vale nada, que está por debaixo de uns documentos que há por aí no mundo, é traição aberta, criminosa, contra o povo da Venezuela", declarou.
Nicolás Maduro falava durante um ato com socialistas, transmitido pela televisão estatal venezuelana, onde vincou que "por cima da Constituição não há nada na Venezuela" e questionou a decisão da maioria parlamentar opositora de aprovar, terça-feira, um acordo apoiando uma eventual ativação da Carta Democrática Inter-americana da Organização de Estados Unidos.
"Se querem briga, o povo dar-lhes-á briga, e se querem batalhar, batalharemos. No final, a vitória será nossa. Será a vitória da soberania, desta terra sagrada de libertadores", vincou.
Por outro lado, explicou que o Governo socialista aceita "o desafio da direita fascista, em nome do povo", para "batalhar pela dignidade, pelo direito à paz e a sagrada vida", insistindo que os opositores são "uns covardes e miseráveis".
Hoje, mais cedo, um grupo de parlamentares afetos ao regime venezuelano, solicitaram ao Tribunal Supremo de Justiça que avalie os deputados opositores pela "perigosa ação" para a Constituição da Venezuela, de aprovar a ativação da Carta Democrática com a intenção de "derrocar" o Governo venezuelano.
"Solicitámos que seja avaliada a responsabilidade individual de cada um dos deputados (que aprovaram o acordo), pelos ilícitos constitucionais e pelo delito de traição à pátria.
Um venezuelano não pode, e muito menos um venezuelano com funções públicas, pisar a Constituição e solicitar uma intervenção estrangeira no nosso território", disse o chefe do bloco de deputados socialistas, Héctor Rodríguez.
Em declarações aos jornalistas, denunciou que os parlamentares opositores "abusam da sua imunidade parlamentar quando acodem a instâncias internacionais para propiciar a ingerência, sob a escusação de que a carta da OEA é um instrumento superior à Constituição".
"A imunidade parlamentar é para o exercício de funções parlamentares e isso não nos dá uma licença para cometer nenhum tipo de delito.
Se eu [Notes:parlamentar] cometer um delito, sou tão responsável como qualquer outro cidadãos e assumo as consequências jurídicas", frisou.
Por outro lado explicou que a Carta Democrática é ativada a pedido dos Estados, uma vez que há uma rutura do fio constitucional, por um golpe de Estado, e que a oposição usurpa funções de outros organismos ao apoiar uma eventual ativação.
"Não permitiremos que nenhum apátrida venda a soberania nacional (?) exigimos às instituições do Estado que façam justiça", frisou.
Lusa