O Quénia é um dos vários países da África Oriental que sofrem crises alimentares, juntamente com a Etiópia e o Sudão do Sul, onde a fome já foi declarada, enquanto a Somália arrisca a sua terceira fome em 25 anos.
Fora da região, o Iémen e a Nigéria também enfrentam a fome, no que as Nações Unidas designaram como a pior crise humanitária desde o final da Segunda Guerra Mundial.
Como muitos dos seus vizinhos, o Quénia sofre os efeitos de dois anos consecutivos com pouca chuva, o que reduziu as colheitas significativamente, levou ao aumento do preço dos alimentos e à subida da inflação.
"A situação está a piorar diariamente. As taxas de desnutrição entre as crianças estão a subir. As crianças estão a ficar doentes e as famílias ficaram sem meios de subsistência devido à morte do seu gado", disse Abbas Gullet, secretário-geral da Cruz Vermelha do Quénia, citado num comunicado.
O número de quenianos com fome pode aumentar para quatro milhões nas próximas semanas, adianta o comunicado.
Fatoumata Nafo-Traore, diretora para África da Federação Internacional da Cruz Vermelha, declarou que "as organizações humanitárias precisam de recursos para responder à escala necessária".
"Se não o fizermos, milhares de pessoas podem morrer e as crianças ficarão afetadas para o resto das suas vidas", adiantou.
Lusa