Reunido na cidade mexicana de Guadalajara, o presidente do IPCC, Hoesung Lee, pediu o apoio dos 195 Estados-membros para que este órgão continue as atividades de investigação científica, apesar dos recursos terem diminuído nos últimos anos.
O responsável acrescentou que, nesta altura, a ciência é mais "necessária do que nunca para ajudar a entender o risco" que representam as alterações climáticas e aumentar a capacidade de adaptação das sociedades.
Hoesung Lee recordou que 2016 foi classificado como o ano mais quente desde os registos modernos iniciados em 1880, com um aumento de quase 1,1 graus em comparação com a era pré-industrial.
Citou também um relatório da Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, que alerta para o aumento do dióxido de carbono (CO2) atmosférico "a uma velocidade recorde" nos últimos quatro anos.
Esta reunião faz parte do sexto ciclo de avaliação do IPCC dos fatores que incidem nas alterações climáticas, após o acordo alcançado em dezembro durante a reunião de Paris, cujos relatórios serão dados divulgados em setembro de 2019.
Trump começa a destruir legado climático de Obama
Entretanto, na terça-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou um decreto para reavaliar as reduções nas emissões de CO2 das centrais térmicas dos Estados Unidos.
Trump declarou o fim da "guerra ao carvão" ao prometer o cancelamento de normativas do Governo federal que estão a "destruir empregos" e anunciou uma "nova era" na produção de energia.
Estas declarações foram proferidas antes de assinar um decreto que inicia o desmantelamento do legado climático do antecessor Barack Obama, o "Clean Power Plant", que impunha às centrais térmicas reduções nas emissões de CO2.
Na Agência de Proteção do Meio Ambiente (EPA) em Washington, onde se deslocou, Trump antecipou uma "nova revolução energética" centrada no fomento da produção nacional. No breve discurso na EPA, Trump não mencionou uma única vez a questão das alterações climáticas - que questiona abertamente.
Lusa