Mundo

Presidente da China na mansão de Donald Trump

O primeiro encontro entre os Chefes de Estado da China e dos EUA é considerado crucial para determinar o futuro das relações entre as duas maiores economias do mundo nos próximos anos. Donald Trump tinha previsto um encontro "muito difícil" e, talvez para amenizar as hostes, Xi Jinping vai ficar instalado no luxuoso resort Mar-a-Lago que Donald Trump tem na Flórida, durante os dois dias de cimeira cino-americana.

Presidente da China na mansão de Donald Trump
© Joe Skipper / Reuters

O encontro surge após uma fase de incerteza nas relações bilaterais, devido às repetidas acusações de Trump contra as políticas comerciais da China e a postura de Pequim face à Coreia do Norte.

O encontro era tido como pouco provável até há cerca de dois meses, quando Trump suscitou protestos em Pequim devido às suas afirmações de que poderia vir a deixar de reconhecer a política "Uma só China". O princípio é visto por Pequim como uma garantia de que Taiwan é parte do seu território e não uma entidade política soberana e considerado a base para estabelecer relações diplomáticas com outro país.

Até que em fevereiro, Trump voltou atrás para reconhecer o princípio, criando condições para Pequim e Washington discutirem um encontro.O telefonema foi seguido pelas visitas do conselheiro de Estado chinês, Yang Jiechi, a Washington, e do secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, a Pequim. Xi é o segundo chefe de Estado a visitar o resort de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, que Trump designa da "Casa Branca de inverno".

Já em fevereiro deste ano o presidente do Japão, Shinzo Abe ficou hospedado neste resort da Florida onde os dois chefes de Estado jogaram golfe, num ambiente propício à criação de laços pessoais que Trump considera serem importantes.

Xi não deverá, no entanto, alinhar em partidas de golfe. O Partido Comunista Chinês considera a modalidade um desporto "burguês" e adotou várias medidas para travar a sua expansão na China, parte de uma campanha anticorrupção que puniu mais de um milhão de funcionários do Governo.

O caráter informal do resort de Mar-a-Lago permite a Trump receber o líder chinês sem as cerimónias habituais de uma visita de Estado.Fontes diplomáticas em Pequim, citadas pela agência France-Presse, referem que os encontros irão ter como objetivo inicial permitir aos dois lideres conhecerem-se melhor, reservando questões sensíveis para reuniões posteriores.


Com Lusa