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Governo turco considera "muito positivo" ataque norte-americano a base aérea síria

O Ministério turco dos Negócios Estrangeiros considerou hoje "muito positivo" o lançamento de 59 mísseis sobre a base aérea de Shayart por parte dos Estados Unidos, em resposta ao ataque aéreo com bombas químicas pela Síria esta semana.

Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
© Umit Bektas / Reuters

O Governo turco acrescentou através de um comunicado que todos os passos no sentido de não permitir que os crimes de guerra saiam impunes e sem responsabilização "terá o apoio total da Turquia", avançou a agência turca de notícias Anadolu, citada pela Associated Press.


Um porta-voz do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, considerou igualmente o ataque "um passo importante" e reiterou o apelo de Ancara no sentido da criação de uma zona de exclusão aérea na Síria que impeça a repetição de "massacres semelhantes" ao da passada terça-feira.


Os Estados Unidos lançaram hoje um ataque com "59 mísseis" contra a base aérea de Shayrat, que está "associada ao programa" sírio de armas químicas e "diretamente ligada" aos "horríveis acontecimentos" de terça-feira, de acordo com um responsável da Casa Branca.


Pelo menos 86 pessoas morreram na terça-feira na localidade Khan Cheikhun, na província rebelde de Idleb, no noroeste da Síria.
De acordo com o governador de Homs, onde se situa a base de Shayrat, morreram cinco pessoas no bombardeamento norte-americano.
Este foi o primeiro ataque direto dos Estados Unidos contra o regime de Bashar al-Assad desde que começou a guerra civil síria, há cerca de seis anos.


A ofensiva ordenada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, de forma unilateral, aconteceu apesar de conversações sobre a resposta mais adequada ao ataque químico estarem ainda a decorrer no Conselho de Segurança da ONU.


Num breve discurso transmitido pela televisão depois do ataque, Trump pediu a todas as "nações civilizadas" que travem o banho de sangue na Síria e acusou "o ditador sírio Bashar al-Assad (de ter) lançado um horrível ataque com armas químicas contra civis inocentes (...) ao utilizar um agente neurotóxico mortal".


O Presidente disse ser "do interesse vital da segurança nacional dos Estados Unidos prevenir e impedir a proliferação e utilização de armas químicas".


Logo após o ataque ser anunciado, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, disse que a Rússia "falhou na sua responsabilidade" de cumprir um acordo de 2013, que ajudou a fechar, para destruir o arsenal de armas químicas da Síria.

Lusa