A Casa Branca anunciou na terça-feira que Trump tinha despedido Comey, o diretor do FBI (polícia federal e serviços secretos internos dos Estados Unidos) que tinha posto em marcha uma investigação às eventuais relações entre a equipa de campanha eleitoral do Presidente e o Governo da Rússia.
Na prática, a Rússia é acusada de influenciar as eleições presidenciais de novembro de 2016, ao ter - entre outras ações - divulgado milhares de e-mails da candidata democrata, Hillary Clinton.
"Trata-se de um assunto absolutamente interno dos Estados Unidos, uma decisão soberana do presidente norte-americano e que não teve, nem deve ter, nada a ver com a Rússia", declarou aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
A decisão do Presidente norte-americano suscitou uma onda de indignação entre os representantes do Partido Democrata e entre os colunistas de opinião na imprensa norte-americana.
O Partido Democrata chegou mesmo a comparar o episódio à tentativa de encobrimento feita pelo presidente Nixon no caso Watergate.
"Esperemos que [este afastamento de Comey] não tenha qualquer impacto" nas relações entre Rússia e Estados Unidos, acrescentou Peskov.
O despedimento surpresa do diretor do FBI - algo que só aconteceu mais uma vez na história dos Estados Unidos - aconteceu um dia antes de Donald Trump receber na Casa Branca o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov.
Inicialmente Lavrov tinha apenas na agenda um encontro com o seu homólogo norte-americano, Rex Tillerson, para abordar o conflito da Síria.
Trump disse já hoje que vai substituir Comey "por alguém que vai fazer um trabalho muito melhor" e "trazer de volta o espírito e o prestígio do FBI".
Lusa