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"Não há situação de emergência humanitária" na Venezuela

O vice-ministro para as Relações com a União Europeia da Venezuela, Yván Gil, disse hoje que não há no país uma "situação de emergência humanitária como alguns querem vender", mas "uma diminuição da disponibilidade de alimentos".

Longa fila para distribuição de alimentos num supermercado em Caracas
Longa fila para distribuição de alimentos num supermercado em Caracas
Ivan Alvarado/ Reuters

O político venezuelano participou num pequeno-almoço com jornalistas no Parlamento europeu, tendo sido convidado pelo eurodeputado espanhol Javier Couso, do partido Esquerda Unida.

"Tem havido uma limitação económica devido a um bloqueio financeiro, que teve obviamente um impacto sobre a disponibilidade de alimentos, mas ainda estamos dentro dos limites estabelecidos pelas Nações Unidas", disse Gil.

"Nos últimos três anos houve uma certa diminuição mas que se deve ao boicote dos sistemas de distribuição privados, que querem mudar a vontade popular afetando a distribuição de produtos", acrescentou o representante venezuelano.

Referiu ainda que a situação alimentar na Venezuela "é muito melhor que em muitos países vizinhos".O vice-ministro assegurou que existe uma "campanha de desestabilização que se quer projetar também internacionalmente" por parte da oposição, sendo uma "violência terrorista".

Gil disse que "a campanha de terror" dos opositores "está muito localizada em bairros ricos, mas projeta-se a nível internacional como se fosse generalizada".

Yván Gil criticou o Parlamento Europeu e disse que era uma instituição "com uma maioria de direita" e que promove a ingerência, criticando como pretendem impor recomendações morais, porque a "Venezuela é um país livre e soberano".

Sobre o pedido do Parlamento Europeu para que sejam realizadas eleições no país, Gil afirmou que "na Venezuela já há um calendário eleitoral bem definido, com três eleições previstos durante o próximo ano e meio".

Em relação aos pedidos sobre a libertação de presos políticos na Venezuela, o vice-ministro assinalou que "não existem presos políticos na Venezuela".Questionado pelos jornalistas sobre as acusações de que o Governo venezuelano financia o partido espanhol Podemos, Gil afirmou que estas são "falsas".

Lusa