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Emissão de gases de efeito de estufa aumentou na UE em 2015

A emissão de gases de efeito de estufa aumentou 0,5% na União Europeia em 2015, em comparação com o ano anterior. Na origem deste aumento está, principalmente, a poluição causada pelos transportes rodoviários. A conclusão é de um relatório da Agência Europeia do Ambiente.

Nos transportes rodoviários, as emissões aumentaram pelo segundo ano consecutivo e representaram em 2015 cerca de 20% no total de emissões de gases de efeito de estufa na UE.
Nos transportes rodoviários, as emissões aumentaram pelo segundo ano consecutivo e representaram em 2015 cerca de 20% no total de emissões de gases de efeito de estufa na UE.
Regis Duvignau/ Reuters

Segundo o documento divulgado esta quinta-feira pela Agência Europeia do Ambiente (AEA), o aumento total da emissão de gases de efeito de estufa na União Europeia (UE) em 2015 foi o primeiro registado desde 2010.

O investimento numa melhor eficiência do combustível no setor dos transportes não foi suficiente para reduzir os efeitos do aumento da procura dos transporte rodoviário, de passageiros e mercadorias. Neste setor, as emissões aumentaram pelo segundo ano consecutivo e representaram em 2015 cerca de 20% no total de emissões de gases de efeito de estufa na UE, enquanto as emissões do transporte aéreo registaram um peso de 4%.

"O aumento de emissões em 2015 foi causado principalmente pelo aumento da procura do transporte rodoviário, de passageiros e mercadorias, e também por se ter registado um inverno com temperaturas mais baixas na Europa, em comparação com 2014, o que contribuiu para uma maior necessidade de aquecimento", refere o relatório da AEA.

Espanha, Itália e Holanda estão entre os países da UE que apresentam maior aumento de emissões, enquanto o Reino Unido lidera o grupo de países com maior redução.

A emissão de gases de efeito de estufa é a principal causa das alterações climáticas que levaram a maioria dos países do Mundo a elaborar um acordo que define uma estratégia para a redução de emissões. Esse acordo foi assinado em Paris, em 2015, e está agora no centro da atualidade depois de Donald Trump anunciar, esta quinta-feira, que os Estados Unidos vão abandonar o compromisso assumido durante a Administração Obama.

Já durante a campanha, Trump tinha criticado o Acordo de Paris, afirmando que o pacto, adotado por quase 200 nações no final de 2015 e ratificado por 147, coloca em "permanente desvantagem" a economia e os trabalhadores norte-americanos.

Com esta decisão, os EUA "cessarão todas as implementações" dos seus compromissos climáticos fixados em Paris, que incluem a meta proposta pelo ex-Presidente Obama de reduzir até 2025 as emissões de gases de efeito de estufa entre 26% e 28% em relação aos níveis de 2005.

O Acordo de Paris entrou formalmente em vigor a 4 de novembro de 2016, e visa limitar a subida da temperatura mundial reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa.

O acordo histórico teve como "arquitetos" centrais os EUA, sob a presidência de Obama, e a China, e a questão dividiu a recente cimeira do G7 na Sicília, com todos os líderes a reafirmarem o seu compromisso em relação ao acordo, com a exceção de Trump.