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Temer recebe 84 perguntas sobre escândalo de corrupção da JBS

A polícia brasileira entregou esta segunda-feira 84 perguntas para o Presidente do país, Michel Temer, que é investigado num inquérito de corrupção delatado pelos executivos da empresa JBS.

O chefe de Estado é alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça.

Ele terá 24 horas para responder a perguntas por escrito, mas não é obrigado a se pronunciar sobre todos os questionamentos feitos pela polícia federal.

Segundo informações veiculadas na imprensa local, a maioria das perguntas diz respeito a gravação comprometedora de uma conversa que Temer teve com um dos proprietários da JBS, o empresário Joesley Batista.

Advogados de defesa de Temer disseram ao jornal Folha de São Paulo que o envio das perguntas um dia antes do início do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a coligação dele e da ex-Presidente Dilma Rousseff que venceu as últimas presidenciais tem o objetivo de "constranger" e "influenciar" a corte a condenar o Presidente.

A suspeitas de corrupção contra o chefe de Estado brasileiro estenderam-se no dia 18 de maio, com a abertura de um inquérito no STF.
Em causa está uma gravação de uma conversa entre o empresário Joesley Batista, da empresa JBS, e Temer sobre o alegado pagamento de uma mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha, que foi presidente do Congresso (parlamento) e principal aliado de Temer no afastamento de Dilma Rousseff da Presidência.

Nessa conversa, segundo os áudios divulgados, o Presidente terá recomendado ao empresário "manter" o pagamento de uma verba regular àquele dirigente do seu partido, que está acusado de vários crimes de corrupção.

Ele também terá ouvido sem repreender ou denunciar as autoridades policiais o executivo da JBS lhe relatar outros crimes.
Temer sucedeu há um ano a Dilma Rousseff, de quem era vice-presidente, mas, desde então, vários aliados têm sido atingidos pela operação judicial, por suspeitas de corrupção e de receberem pagamentos ilegais.

A degradação da situação política no Brasil levou muitos dirigentes a exigirem eleições presidenciais (diretas ou via parlamento), já que Temer não tem um vice-presidente que o substitua no caso de abertura de um 'impeachment', um processo de afastamento judicial do cargo.

Lusa